João Paulo II veio três vezes à Cova da Iria. Paulo VI foi o primeiro, Bento XVI o último.
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Pulo VI era apenas cardeal de Cardeal Roncalli, patriarca de Veneza, quando visitou Fátima pela primeira vez, em 1956. Presidiu então às cerimónias da peregrinação internacional em Fátima. Haveria de voltar já com o Papa, anos depois. Deste então, passaram por Fátima mais dois sumos pontífices. Francisco será o quarto.
1967
13 de maio
É a primeira visita de um Papa a Fátima. Paulo VI visitou a Cova da Iria nos 50 anos dos acontecimentos da Cova da Iria.
O Papa aterrou na base aérea de Monte Real, num "Caravelle", ou "Caravela", da TAP, que, por um dia, foi o avião pontifício ou Papal.
Esta foi uma visita pastoral e não oficial e aconteceu num período de tensão nas relações entre Portugal e o Vaticano, depois da visita Papal à Índia.
Nem o Governo nem o presidente do Conselho, António de Oliveira Salazar, gostaram que o Papa Paulo VI tivesse visitado a Índia em 1964, três anos após a invasão de Goa, Damão e Diu pelo Estado indiano, considerando-a um "insulto à nação portuguesa".
A visita teve grande adesão popular. Milhares de pessoas foram aplaudir o Papa na estrada que liga Monte Real a Fátima. No próprio santuário, foram outros tantos milhares.
1982
12 a 15 de maio
A primeira visita de João Paulo II é em 1982, de 12 a 15 de maio, marcada pelo agradecimento pela "proteção maternal" da "Nossa Senhora", que lhe "conservou a vida" no atentado do ano anterior, na Praça de São Pedro, em Roma.
"Venho hoje aqui porque exatamente neste mesmo dia do mês, no ano passado, se dava, na Praça de São Pedro, em Roma, o atentado à vida do Papa, que misteriosamente coincidia com o aniversário da primeira aparição em Fátima, a 13 de maio de 1917", disse o Papa, que reconheceu nesta coincidência "um chamamento especial" para estar em Fátima.
Nesta visita, registou-se uma nova tentativa de atentado. Desta vez, pelo padre Juan Khron, antigo discípulo espanhol do arcebispo ultraconservador francês Marcel Lefébvre que atentou contra João Paulo II, acusando-o de trair a Igreja. O Papa escapou ileso.
1991
10 a 13 de maio
João Paulo II regressa a Fátima, nove anos depois, para a segunda visita a Portugal. Além da Cova da Iria, esteve em Lisboa, Açores e Madeira. Com uma mensagem eminentemente religiosa.
Mário Soares, o Presidente da República, chamou a atenção do Papa para a situação em Timor-Leste, então ainda a viver sob ocupação militar indonésia, desde 1975. E lembrou que o povo timorense é "vítima de grave violação das normas de direito internacional". Os jornais tinham registado o silêncio Papal, até que João Paulo II afirmou que "todos os dias" reza pelos timorenses.
2000
12 e 13 de maio
É a terceira e última visita a Fátima de João Paulo II, então já doente e prestes a completar 80 anos.
Nove anos depois, o Papa está de regresso a Portugal. E era grande a expectativa sobre a revelação do terceiro segredo de Fátima, numa visita em que os pastorinhos Jacinta e Francisco foram beatificados. Lúcia sorriu, quando foi aclamada pela multidão.
Segundo o Cardeal Sodano, então secretário de Estado do Vaticano, o terceiro segredo de Fátima "previa" o atentado contra João Paulo II, a 13 de Maio de 1981.
2010
11 a 14 de maio
É a primeira e única visita de Bento XVI a Fátima. O Papa rezou uma missa na Praça do Comércio, em Lisboa, que juntou centenas de milhar de pessoas, antes de rumar a Fátima.
O cardeal Joseph Ratzinger celebrou também uma missa no Porto, na Praça da Liberdade.
Logo no voo de Roma para Lisboa, Bento XVI tinha a mensagem preparada e era para o interior da Igreja: "a maior perseguição à Igreja" não vem de "inimigos de fora, mas nasce do pecado da Igreja".
Comentando os escândalos de pedofilia que têm afetado a imagem da hierarquia católica, o Papa disse: "A Igreja tem uma profunda necessidade de reaprender a penitência, aceitar a purificação e implorar perdão", disse, referindo-se também à "necessidade de justiça" neste processo.
A viagem de Ratzinger mudou a ideia que os portugueses tinham do Papa alemão. Em vez do homem frio e distante que a maioria imaginava, Bento XVI relou-se um líder sereno mas afetivo, visivelmente comovido com a receção calorosa de que foi alvo em Portugal.
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