"Agrediu-me quando estava grávida": Ana Marques recorda sofrimento às mãos do companheiro
Companheiro da vítima foi condenado a uma pena de prisão de cinco anos e três meses.
Ana Marques, de 57 anos, foi alvo de violentas agressões pelo companheiro ao longo de dois anos. O homem, que estava frequentemente sob efeito de álcool e drogas, chegou a atacar o filho bebé de ambos, de 17 meses, enquanto este estava ao colo da mãe. Atualmente, cumpre uma pena de prisão de cinco anos e três meses pelos crimes.
A violência intensificou-se quando passaram a morar juntos. "A primeira agressão deu-se depois de chegar a casa alcoolizado. Inicialmente pensei que teria a ver com o álcool e que seria passageiro. Posteriormente, engravidei e as situações foram-se repetindo comigo grávida. Agrediu-me e ao nosso filho bebé, que eu tinha ao colo", contou Ana, que dependia economicamente do agressor.
Num dos episódios, em 2015, o homem chegou a bater na mãe da companheira, que teve de receber tratamento hospitalar. Após três queixas na polícia, o caso chegou a tribunal. No mesmo ano, foi condenado a uma pena de prisão, que está quase a terminar.
Ana não tem medo e garante que lhe vai fazer frente, caso ele a continue a perseguir. Ainda assim, chegou a visitá-lo na prisão. "Enviou-me uma carta a dizer que ia mudar e eu queria dar o benefício da dúvida. Achamos que o álcool é o motivo da violência, mas não é. Temos de pensar em nós e de procurar logo ajuda. Se não estivesse grávida e não visse a minha mãe a ser agredida, não seria tão rápida a fazer as queixas", disse a vítima, que garante que o filho não quer ter qualquer contacto com o pai.
*Os casos relatados são acompanhados por Madalena Silva.*
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DISCURSO DIRETO: Carla Tavares, Presidente da Câmara da Amadora 'Plano contra a violência' CM – Que tipo de respostas tem a autarquia para lidar com a violência doméstica? Carla Tavares –
–A autarquia desenvolve trabalho em rede?
DISCURSO DIRETO: Carla Tavares, Presidente da Câmara da Amadora 'Plano contra a violência' CM – Que tipo de respostas tem a autarquia para lidar com a violência doméstica? Carla Tavares – –A autarquia desenvolve trabalho em rede? –
Trabalho junto dos jovens
A autarquia realiza junto dos jovens nos agrupamentos escolares diversas atividades no âmbito da Comemoração do Dia da Não Violência Escolar e ações de formação/informação sobre temáticas como a Violência no Namoro.
CONSELHOS ÚTEIS
Cursos de autodefesa
As aulas de autodefesa podem ajudar as vítimas a ganhar confiança. Lecionadas por profissionais, ensinam técnicas para reagir em caso de agressão, tentativa de violação, ou outra forma de violência. No Núcleo de Defesa Pessoal de Lisboa são apresentadas técnicas de controlo emocional em situações de stress.
Linha de apoio
Qualquer pessoa pode pedir ajuda através do número 800 202 148 - Serviço de Informação a Vítimas de Violência Doméstica. Pode também dirigir-se a um dos postos da GNR ou esquadras da PSP para saber como se proteger e libertar-se de um relacionamento violento.
CM RADAR: Plataforma interativa contabiliza casos e histórias
CM RADAR: Plataforma interativa contabiliza casos e histórias Os casos mortais de violência doméstica registados no ano passado e os já identificados em 2020 fazem parte da estatística do CM Radar dedicado a este flagelo social e cujos dados são atualizados em tempo real.
O CM Radar é um projeto de jornalismo de dados e pode ser consultado em permanência no site do Correio da Manhã. É uma iniciativa inovadora concebida para consulta rápida e eficaz em todas as plataformas web e onde o leitor pode também denunciar casos que possa conhecer.
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