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"Acordava no chão com ele a pisar-me"

Selma Lourenço decidiu passar as noites num colchão, e a partir daí tudo piorou.

06 de março de 2020 às 01:30

Selma Lourenço foi vítima de violência doméstica ao longo de 14 anos e meio, às mãos do ex-marido.

"Agarrava-me pelo braço, a unha espetava mesmo. Chegou a sentar-se em cima de mim, a prender-me com o corpo. Ia-me matando naquele momento, depois de me pôr uma mão na boca e outra no pescoço", referiu a mulher, que explicou ter ficado sem forças nesse episódio. "Consegui mordê-lo e só aí é que consegui voltar a respirar. Senão, não estava aqui para contar a história", lamentou.

A vítima teve dois filhos do agressor e a família viveu durante anos no Brasil. Voltaram para Portugal quando o filho mais novo foi diagnosticado com depressão. "Tudo o que fiz foi sempre pelos meus filhos. Acreditava que ele podia mudar porque no dia a seguir a agredir-me pedia desculpa e dizia que não se iria repetir", contou Selma Lourenço.

Quando decidiu que não voltaria a ser agredida, mudou-se para o quarto do filho e o cenário de terror intensificou-se. "Continuou com as ameaças. Eu dormia no colchão e acordava no chão com ele a pisar-me. Vivia momentos de terror, não dormia. Se ficasse naquela casa, o meu destino seria a morte, então fugi. Um dos meus filhos, na altura com 13 anos, não quis vir comigo. Mais tarde, o pai expulsou-o de casa". lamentou.

O homem justificava as agressões - que cometia sob efeitos do álcool - com os ciúmes que sentia e, no final, fazia-se de vítima. Selma Lourenço conseguiu refazer a sua vida amorosa e voltou a casar.

Trabalho junto das escolas

NÚMERO

24% dos jovens já sofreram violência sexual no namoro. Este tipo de abusos surge sob a forma de coação, abuso ou violação. Estudos evidenciam que é uma forma de violência pouco reconhecida e denunciada.

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