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"Primeiro estalo foi durante a gravidez"

Mónica Santos foi brutalmente agredida nas duas relações mais longas que manteve.

07 de fevereiro de 2020 às 01:30

Mónica Santos foi vítima de violência doméstica nas duas relações amorosas duradouras que manteve, das quais nasceram os seus quatro filhos. Foi violentamente agredida até quando estava grávida. No caso mais recente, o companheiro começou a perseguir também a enteada menor, transformando a vida da mãe e filha num pesadelo.

"O primeiro estalo que me deu foi quando estava grávida. Viu um ex-namorado meu e, por achar que eu estava a olhar para ele, bateu-me", referiu Mónica Santos, acrescentando que tudo piorou após o nascimento da primeira filha. "Ele bebia muito, tinha ciúmes de tudo, até da filha. Quando ele começava a beber fechava-me no quarto. No dia seguinte, depois de me bater, perguntava-me porque é que eu tinha o olho negro. Dizia não se lembrar de nada."

Foi a própria sogra que a alertou, dizendo-lhe que um dia poderia aparecer morta. "Chegou a querer que abortasse. Disse-me que o bebé ia morrer porque não tinha de nascer", contou. O homem acabou condenado a dois anos com pena suspensa.

Com o segundo companheiro, que conheceu mais tarde e do qual também teve dois filhos, as coisas não eram melhores. "Fui chamada à escola porque ele andava a rondar a minha filha, com cerca de 15 anos na altura. Segundo a polícia, tinha interesses sentimentais nela. Fez-nos a vida num inferno, batia-lhe também, não queria que namorasse", desabafou.

"Cortou o colchão, partiu o armário, meteu-me açúcar no depósito de gasóleo", disse, garantindo que ainda vive com medo.

502 casos reportados

"A violência doméstica é um crime público ao qual Cascais dá especial atenção no Conselho Municipal de Segurança", afirma Carlos Carreiras. Até ao último trimestre de 2019 registaram-se 502 crimes de violência doméstica, reportados às forças policiais.

Número

944 homens e mulheres foram detidos por crimes de violência doméstica no ano passado, pelas várias forças de segurança. É um aumento de 17,5% em relação ao ano anterior, com um total de 803 detidos.

Carlos Carreiras - Presidente da Câmara de Cascais

"Juventude é uma das prioridades"

CM – Que respostas tem a autarquia para lidar com a violência doméstica?

Carlos Carreiras –

– Há trabalho em rede?

– E os jovens, nas escolas?

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