Jornalistas caem na armadilha de tráfico de crianças montada por jornalista

Ao querer noticiar o tráfico de crianças na Europa do Leste, uma jornalista búlgara conseguiu aliciar um casal de Inglaterra a comprar um bebé. Esse casal afinal eram dois jornalistas britânicos que queriam noticiar o tráfico de crianças na Europa do Leste.

22 de abril de 2014 às 21:24
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O rapto de crianças com intenção de serem vendidas noutros países ainda é uma infeliz realidade dos nossos dias. Apesar de também em Portugal ocorrer este tipo de crimes, na Europa o tráfico de humanos afeta particularmente os países mais pobres do leste.

Com isto em mente, uma jornalista búlgara, Veronika Dimitrova, quis entrar no mundo do tráfico de crianças no seu país (país que recentemente esteve nos olhos do mundo por ser a origem da pequena Maria, vendida a uma família cigana). Ao serviço de um canal noticioso, Nova, Dimitrova lançou o isco através da Internet para potenciais interessados em adquirir um bebé, num negócio ilegal que consegue gerar 15 a 20 mil euros por criança.

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Obteve uma resposta de Londres, de Jonathan Calvert e Heidi Blake, um casal britânico que se mostrou interessado em pagar o que fosse preciso para levar uma criança até Inglaterra por “não poderem ter filhos”.

A jornalista tratou dos preparativos para que o casal voasse até à Bulgária, onde negociariam a venda. Todo este processo seria filmado para ser emitido no seu trabalho de investigação, mas havia um problema: o casal não passava de dois jornalistas que tiveram a mesma ideia.

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Afinal, o senhor Jonathan e a senhora Heidi estavam também a fazer um trabalho jornalístico para o jornal londrino ‘Sunday Times’ sobre o tráfico de crianças no leste da Europa e, tal como a sua colega búlgara, estavam a fingir ser parte interessada neste negócio ilícito.

Durante o encontro onde foram discutidas as condições de uma eventual compra do inexistente bebé búlgaro, nenhuma das partes deixou cair a fachada, tendo o falso casal voltado para casa sem filho e sem peça jornalística.

Pouco tempo depois deste encontro, Veronika enviou uma mensagem onde se assumiu jornalista e recebeu de volta a mesma confissão, num e-mail que apesar de divertido dada a situação caricata, confessava que no trabalho dos repórteres ingleses tinham entrado em contacto com várias mulheres que se ofereciam para vender os seus filhos, não só na Bulgária, mas também em outros países como a Geórgia, Roménia e Ucrânia.

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Veja em baixo a peça jornalística que saiu deste falso encontro, ao qual o jornal britânico 'Sunday Times' recusou dar declarações.

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