Migrantes dos EUA separados dos filhos e colocados em "jaulas"
"Centenas de crianças esperam numa série de jaulas criadas por cercas de metal", disse um dos jornalistas que entrou num dos centros de acolhimento de menores.
Parece-nos uma realidade distante, a dos migrantes. E ainda mais quando se fala em crianças colocadas em jaulas em centros de acolhimento de menores. Em pleno século XXI, estas são histórias reais de quem viu a sua vida virada do avesso.
Edilberto García, de 46 anos, e o filho Kevin, de 17 anos, contaram a sua história à agência francesa AFP. Os dois foram separados durante quatro dias após terem saído das Honduras à procura de uma vida melhor dos EUA."Foi um dos dias mais duros para mim, porque sentia que perdia o meu filho. Senti muito medo", disse o homem que abandonou o seu país para que o filho pudesse realizar o sonho de ser mecânico. Edilberto e Kevin foram separados num centro de detenção de migrantes norte-americano. Por sorte, o processo deste homem foi para um tribunal de Idaho, onde tem um primo, e Kevin não foi enviado para um albergue ou acampamento, tendo o reencontro acontecida quatro dias depois num refúgio católico. Nem sempre isto acontece. Muitos deste menores são enviados para centros de acolhimento com jaulas onde são colocadas as crianças. Um desses centros foi aberto aos jornalistas, mas sem fotógrafos ou câmaras, que relataram o que por lá acontece. "Dentro de um velho armazém no sul do Texas, centenas de crianças esperam numa série de jaulas criadas por cercas de metal. Uma jaula tinha 20 crianças lá dentro. À sua volta havia garrafas de água, pacotes de batatas fritas e grandes mantas térmicas para servir como cobertores", relatou Nomaan Merchant, da Associated Press. As imagens foram posteriormente divulgadas pelo próprio centro e estão a correr mundo.
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