Partilhar

A primeira-ministra britânica, Theresa May, escreveu oesta sexta-feira uma carta ao presidente do Conselho Europeu para pedir um novo adiamento do Brexit, desta feita para 30 de junho.

Mas Donald Tusk deverá contrapropor um adiamento por um ano, com a possibilidade de antecipação no caso de o parlamento britânico viabilizar um acordo entretanto.

"O governo precisa de acordar uma data para a ratificação que permita ao Reino Unido sair da UE antes de 23 de maio, dessa forma evitando as eleições europeias", refere May na carta.

Mas esta ideia deparou com reservas de Tusk, que espelham as reticências de toda a União Europeia (UE). Aliás, a UE rejeitou no mês passado o primeiro pedido de May para uma extensão até final de junho.

Em Bruxelas já ninguém acredita na utilidade de pequenos adiamentos e muitos preferem mesmo a saída sem acordo, cenário cada vez mais provável.

É que, a menos que os parceiros europeus aceitem uma nova data na cimeira de emergência de quarta-feira, o Reino Unido deixará a UE sem acordo no dia 12, data do Brexit já alargada, pois o prazo legal de dois anos a partir da ativação do Artigo 50 previa que a saída britânica tivesse lugar no passado dia 29 de março.

Trabalhistas acusam governo por impasse

O Partido Trabalhista admitiu esta sexta-feira que as conversações com o governo para forjar um acordo de Brexit estão num impasse e acusou a PM Theresa May de "não mostrar vontade de fazer alterações ou cedências".

Recorde-se que May aceitou sentar-se à mesa esta semana com o líder trabalhista, Jeremy Corbyn, depois de o acordo de Brexit que assinou com Bruxelas ter sido chumbado por três vezes no parlamento.

Após essa reunião, equipas de trabalho iniciaram contactos na quinta-feira, mas sem avanços.