Desmantelado santuário a antigo chefe da máfia italiana que morreu aos 19 anos
Emanuele Sibillo tornou-se uma figura de culto entre os jovens criminosos de Nápoles.
A polícia italiana desmantelou, esta quarta-feira, o santuário onde estavam depositadas as cinzas do antigo chefe da máfia Emanuele Sibillo, que morreu aos 19 anos e se tornou uma figura de culto entre os jovens criminosos de Nápoles.
Durante a operação dos Carabinieri (polícia italiana) – que teve como objetivo derrubar os gangues que operam no centro da cidade – foram detidas 21 pessoas suspeitas de pertencer ao clã que era de Emanuele Sibillo na Camorra. Segundo a Reuters, foram acusados de associação mafiosa, extorsão, recepção de bens roubados, tráfico de droga, prostituição e posse ilegal de arma de fogo.
Emanuele Sibillo, um dos chefes mais jovens da nossa geração da máfia, foi abatido a tiro por um rival em 2015. As cinzas de Sibillo foram depositadas pela família num edifício no centro de Nápoles, dentro de um santuário com vasos de flores e um quadro da Virgem com o Menino.
Segundo a imprensa local, citada pela agência Reuters, alguns lojistas extorquidos pelos gangues chegaram a ser obrigados a deslocar-se ao santuário e um deles terá mesmo sido obrigado a ajoelhar-se diante da imagem do antigo chefe da máfia.
A história de Emanuele Sibillo, que se tornou um ícone entre os jovens mafiosos, foi a grande fonte de inspiração para o livro "Os meninos de Nápoles" ("La paranza dei bambini", na versão original"), do escritor e jornalista Roberto Saviano.
"A remoção do santuário e a eliminação dos escritos a elogiar o seu nome representam um duro golpe para a Camorra", disse o senador e antigo jornalista anti-máfia Sandro Ruotolo, num comunicado citado pela Agência Reuters.
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