Puigdemont livre da prisão não pode sair da Sardenha
Justiça italiana vai decidir extradição, a pedido do Supremo Tribunal espanhol.
"É uma nova vitória judicial. A Espanha não se cansa de cair no ridículo.” Foram as primeiras palavras do ex-presidente catalão Carles Puigdemont, proferidas esta sexta-feira, após decisão de um juiz italiano que o deixou em liberdade. O antigo líder da Catalunha e eurodeputado desde 2019 foi detido quinta-feira à noite pela polícia italiana quando aterrava na Sardenha. Está agora proibido de abandonar a ilha italiana do Mediterrâneo, até decisão sobre o processo de extradição para Espanha, uma vez que o Parlamento Europeu lhe levantou a imunidade em março.
Puigdemont está em fuga desde 2017 aquando da tentativa falhada de independência da Catalunha e foi capturado no âmbito de um mandado de detenção europeu emitido pelo Supremo Tribunal espanhol por crimes de sedição e peculato.
Enquanto o dirigente independentista estava na prisão de alta segurança de Sassari, centenas de pessoas manifestaram o seu apoio nas ruas de Barcelona, junto ao consulado italiano. Já o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, em visita à ilha de La Palma, nas Canárias, defendeu o diálogo como forma de resolver o conflito político, adiantando ser claro que Puigdemont “deve entregar-se e submeter-se à Justiça”.
90,18%
O ‘sim’ à independência obteve 90,18% dos votos no referendo de autodeterminação de 2017. Puigdemont, presidente da Catalunha, afirmou na ocasião que a independência já não era um assunto interno, mas sim uma questão da Europa.
Os impulsos separatistas têm séculos, mas tiveram um crescimento em 2010, ano em que o Tribunal Constitucional suspendeu o estatuto de autonomia de 2006, que tinha substituído o de 1979 e permitia ao governo regional ter mais poderes.
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