Sismo no Afeganistão faz mais de mil mortes

Terramoto a sul de Cabul foi sentido ao longo de 500 km, no Paquistão e na Índia. Há relatos de aldeias completamente destruídas.

23 de junho de 2022 às 09:48
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O maior terramoto dos últimos 20 anos, no Afeganistão, fez esta quarta-feira, pelo menos, mil mortos e provocou ferimentos em mais de 1500 pessoas, segundo o último balanço conhecido. As equipas de resgate continuam à procura de pessoas debaixo dos escombros e o número de vítimas não pára de subir. O sismo, de magnitude 6,1 na escala de Richter, com epicentro perto da cidade de Khost, a sul da capital, Cabul, foi sentido ao longo de 500 quilómetros por 119 milhões de pessoas no Afeganistão, Paquistão e Índia.

A maioria das vítimas ocorreu nos distritos de Gayan e Barmal, em Paktika. A imprensa local refere que há aldeias totalmente destruídas. O acesso difícil às povoações espalhadas nas montanhas, nas províncias de Paktika e Khost, estava esta quarta-feira a dificultar as operações de socorro. As equipas de emergência correm contra o tempo para retirar os sobreviventes debaixo dos escombros.

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Teme-se que o número de mortes aumente se o Governo central não fornecer ajuda de emergência. Um vídeo partilhado pela agência de notícia local nas redes sociais mostra um homem a apontar para as casas em redor dizendo: “Há cinco pessoas enterradas sob aquela casa; seis pessoas sob aquela casa, 13 cadáveres sob aquele prédio.”

O Papa Francisco foi um dos líderes mundiais que manifestou a sua solidariedade para com o povo afegão. Nos últimos 10 anos, mais de 7000 pessoas morreram em terramotos no país.

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SAIBA MAIS

1994

O movimento dos talibãs (‘estudantes’ em língua afegã) aparece em 1994 no Afeganistão, país devastado pela guerra contra os soviéticos (1979-1989) e que enfrenta uma luta fratricida entre os ‘mujahidine’ (combatentes islâmicos) depois da queda do regime comunista em Cabul (1992). Regime talibã capitulou em 2001, mas regressou no ano passado.

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Com a saída dos Estados Unidos no ano passado, a ajuda externa ao Afeganistão acabou e as reservas de dinheiro no exterior foram congeladas. Mais de um terço da população passa fome, segundo o Banco Mundial.

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