Ellah: “A música é o amor da minha vida, mas também a minha cruz”
Cantora e compositora está em Lisboa para atuar no B.Leza.
O encontro de Ellah com a música deu-se muito cedo, como é comum em Cabo Verde. Cantava sempre nas festas de família em Santa Cruz, na ilha Santiago, tal como o pai que toca violão, e a mãe que participou em vários concursos musicais. "A veia musical sempre esteve a pulsar", diz a cantora, que tem atuado nos últimos anos pela cidade da Praia. "Comecei a cantar em várias casas, como o Poeta, Alkimist, Freedom, Quintal da Música. Foi uma grande escola para mim. Uma grande experiência tocar músicas tradicionais de Cabo Verde".
Para alargar os horizontes, Ellah, veio para Lisboa. Ao fim de oito meses encontrou Dino d’Santiago. "Ele convidou-me a entrar no seu grupo, o que foi também uma grande experiência para mim. Uma viagem noutras águas. Entretanto convidou-me a participar na tour da Madonna, Madame X, pelo facto de ter inserido no seu álbum um género musical que é o batuque. Tive esse prazer e essa sorte de participar na sua tour", recorda Ellah, que foi uma das 15 batucadeiras escolhidas para tocar em palco com a Rainha da Pop.
A cantora tem gravado com outros artistas, como Boddhi Satva, Oma Nata, Branko, ou com cantor guineense Remna, e pretente dar continuidade a novas experiências musicais.
Ellah tem concerto agendado para 18 de março no B.Leza, em Lisboa. Vai cantar as suas músicas originais, mas também alguns dos clássicos de que mais gosta. A cantora espera que os seus concertos sejam "noites de festa e partilha de emoções". Lançou o tema ‘Sina’ em 2022, "Escolhi o batuque para começar a minha carreira a solo. O meu single ‘Sina’, é um batuque com uma fusão electrónica. Resolvi apostar neste estilo porque senti como se fosse uma ‘chamada’ depois de ter feito a tour com a Madonna e de ter trabalhado o género com o Dino d’Santiago", afirma a cantora, que esclarece que o tema ´Sina’ fala sobre os seus primeiros passos na música, de coragem, de desabrochar, de não temer o que não se vê, e acreditar no que tem para dar. "Metaforicamente falando, ‘Sina’ quer dizer cruz. Algo que se carrega. A música tem esse duplo sentido. É o amor da minha vida, mas também a minha cruz".
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