Aberto em Paris inquérito à suspeita de envenamento de jornalista russa
Marina Ovsiannikova ficou conhecida por exibir um cartaz na televisão estatal russa a denunciar a invasão da Ucrânia.
Um inquérito à "suspeita de envenenamento" da jornalista russa Marina Ovsiannikova, refugiada em Paris e conhecida por exibir um cartaz na televisão estatal russa a denunciar a invasão da Ucrânia, foi esta quinta-feira aberto, confirmou o Ministério Público parisiense.
A jornalista adoeceu esta quinta-feira no centro da capital, de acordo com fontes corroborantes, citadas pela agência AFP.
Segundo uma fonte próxima do caso, ela alegou ter sido envenenada pelos russos. Foi aberto um inquérito e estão a ser recolhidas amostras na sua residência.
Uma outra fonte próxima do caso sublinhou que, "nesta fase, não há provas" de envenenamento.
"Temo pela minha vida. Quando falo com os meus amigos na Rússia e perguntam-me o que prefiro: Novitchok, polónio (substâncias letais, nota do editor) ou um acidente de carro", disse em fevereiro numa conferência de imprensa em Paris.
Após ter adoecido, uma equipa da ONG Repórteres sem Fronteiras (RSF) foi ver a "jornalista com o cartaz", disse o secretário-geral da organização, Christophe Deloire, no X (antigo Twitter).
Marina Ovsiannikova fugiu da Rússia em outubro de 2022. Na semana passada, foi condenada à revelia a oito anos e meio de prisão por ter criticado o exército russo.
A jornalista foi acusada de "divulgar informações falsas" sobre as forças armadas russas e já tinha sido multada por infrações semelhantes em agosto de 2022.
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