Aliado de Bolsonaro condenado a mais de 24 anos foge para o Paraguai mas é preso

Silvinei Vasques foi condenado por envolvimento na tentativa de golpe de Estado do Brasil em 2022.

26 de dezembro de 2025 às 16:58
Silvinei Vasques Foto: Direitos Reservados/Twitter
Partilhar

O ex-director-geral da PRF, Polícia Rodoviária Federal brasileira, Silvinei Vasques, foi preso esta sexta-feira na capital do Paraguai, Assunção, quando tentava embarcar para El Salvador, na América Central. Silvinei foi condenado dias atrás pelo Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro a 24 anos e 6 meses de prisão por envolvimento na tentativa de golpe de Estado que em 2022 tentou perpetuar o então presidente Jair Bolsonaro no poder após a derrota nas presidenciais desse ano.

Mesmo condenado, Silvinei, um dos mais fanáticos seguidores de Jair Bolsonaro, estava em liberdade a aguardar o resultado dos recursos à sentença, vigiado por uma pulseira electrónica. Na madrugada desta sexta-feira, o antigo comandante da PRF arrancou a pulseira quando estava no estado de Santa Catarina, no sul do Brasil, e desapareceu.

Pub

Assim que o equipamento deu o alarme de que tinha sido desconectado, a Polícia Federal alertou as autoridades dos países que fazem fronteira com o Brasil, nomeadamente Uruguai, Paraguai, Bolívia e Colômbia. E, avisada, a polícia do Paraguai identificou Silvinei, que apresentou uma identidade falsa, quando este estava prestes a embarcar num voo para El Salvador.

Silvinei Vasques ganhou notoriedade no Brasil ao usar a estructura da polícia rodoviária nacional para favorecer a candidatura à reeleição de Bolsonaro em 2022. No dia da segunda volta, ele ordenou centenas de Operações Stop em regiões do Brasil onde o adversário de Bolsonaro, Lula da Silva, tinha vencido a primeira volta, tentando impedir a chegada de eleitores lulistas às secções de voto, parando carros e autocarros com bandeiras encarnadas ou faixas alusivas ao hoje presidente.

Depois de terem detido Silvinei no Aeroporto Internacional de Assunção, os agentes do Paraguai confirmaram formalmente a identidade dele com a PF brasileira, e o governo paraguaio estuda expulsá-lo sumariamente nas próximas horas, levando-o até à fronteira do Brasil. Esta tarde, o juiz do processo de golpe de Estado, que também condenou o ex-presidente a 27 anos e 3 meses de cadeia, decretou a prisão preventiva do antigo chefe da PRF, que será preso por agentes federais assim que cruzar a fronteira do Brasil.

Pub

O ex-director da PRF é mais um aliado de Jair Bolsonaro a fugir do Brasil após ser condenado pela justiça. Entre vários outros que também fugiram, estão Alexandre Ramagem, ex-director-geral da ABIN, Agência Brasileira de Informações, que fugiu para os EUA, e a deputada federal Carla Zambelli, que fugiu para a Itália, onde no entanto foi presa e aguarda decisão sobre o pedido de extradição feito pelo Brasil. 

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

Partilhar