Archie Williams esteve 36 anos preso por um crime que não cometeu
Homem foi libertado após o sistema judicial norte-americano ter analisado a base de dados de impressões digitais.
Archie Williams tinha 22 anos quando foi preso, condenado por uma violação e esfaqueamento, em 1982. Agora, 36 anos depois, foi libertado por se ter provado que era inocente após o sistema judicial norte-americano ter analisado a base de dados de impressões digitais e ter comprovado que as encontradas no local pertenciam a outra pessoa.
"Como representante do Estado, peço desculpa", disse o procurador de East Baton Rouge, Hillar C. Moore III, citado pelo New York Times
Archie, agora com 58 anos, esteve detido no estabelecimento prisional do Louisiana durante quase quatro décadas por um crime ocorrido em Baton Rouge, nos Estados Unidos. Apesar de no julgamento ter logo sido reconhecido que as impressões digitais encontradas no local do crime não pertenciam a Archie, a vítima de violação apontou-o como culpado num reconhecimento facial.
Nas alegações finais, o procurador Jeff Hollingsworth reconheceu que as impressões digitais não coincidiam com as de Archie Williams, mas que a vítima o reconhecia pela cara. "Acha que ela não se lembrava daquele dia? Esqueceria o rosto de alguém lhe tivesse feito o que ele fez?", questionou o procurador.
Em 1999, Williams pediu pela primeira vez que as impressões digitais fossem processadas no banco nacional mas os procuradores opuseram-se. De acordo com o jornal, são poucos os estados que permitem que depois das condenações se recorra ao banco de dados de impressões digitais.
"Foi incrivelmente frustrante saber que havia tecnologia por aí que levaria à verdade, que lhe atribuiria a inocência, e nós fomos impedidos", afirmou Vanessa Potkin, advogada da organização sem fins lucrativos Innocence Project, que assistiu Archie Williams no processo.
Quem cometeu o crime foi, afinal, Stephen Forbes, um violador em série que tinha cometido pelo menos mais cinco violações. Morreu na prisão em 1996, mas nunca pagou por este crime.
"Nunca houve um dia em que não me tivesse concentrado em conquistar a minha liberdade", garantiu Williams, citado pelo jornal norte-americano. "Sabia que a justiça chegaria".
Por ter estado preso injustamente, tem direito a uma indemnização máxima de 250 mil dólares - cerca de 220 mil euros.
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