"As pessoas pediam ajuda. Não podíamos fazer nada": sobreviventes da tempestade em Espanha contam o pânico que viveram

Tempestade assolou Espanha na terça-feira e provocou mais de 100 mortos. Ainda há dezenas de desaparecidos.

31 de outubro de 2024 às 12:54
Tempestade em Valência fez mais de 90 mortos e deixou um grande rasto de destruição Foto: Susana Vera/Reuters
Tempestade em Valência fez mais de 90 mortos e deixou um grande rasto de destruição Foto: Susana Vera/Reuters

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A região de Valência, em Espanha, foi assolada por chuvas torrenciais e inundações na terça-feira. Mais de 100 pessoas morreram e a chuva inundou ruas, arrastou carros e deixou várias estradas cortadas. O Las Provincias esteve à conversa com várias vítimas da depressão que contaram o "pânico e horror" que viveram.

Juan Miguel e Valéria, que estão no pavilhão de La Alquería, contaram: "As pessoas pediam ajuda. Não podíamos fazer nada" 

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Juan Miguel e Valéria, casal de Paiporta, em Valência, foi 'apanhado' pela tempestade. “Pareceu um pequeno tsunami”, disse Valéria. Após perderem o controlo do carro em que seguiam, decidiram refugiar-se num telhado de uma bomba de gasolina. "Um jovem, que foi herói, conseguiu ajudar 22 pessoas a subirem para o telhado do posto de gasolina. Ficamos até às 2h00, altura em que o nível da água começou a baixar", contou o casal que, por agora, está no pavilhão de Alquería del Básquet, para onde foram levados. “O jovem ajudou-nos a todos nós, sem ele…". A mulher diz ainda que vai ter pesadelos com o sucedido: "As pessoas estavam a gritar umas com as outras. Vou ter pesadelos porque as pessoas estavam a pedir ajuda e não podíamos fazer nada. Foi horrível”.

Carmen, proveniente de Cartagena, estava em El Saler, no município de Valência: “Saímos pela janela do carro e subimos para uma ponte para nos refugiarmos” 

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"Tivemos de sair pela janela, o carro foi arrastado pela água. Subimos para uma ponte para nos refugiarmos”, afirmou Carmen. A vítima contou que não paravam de chegar mantimentos para as centenas de pessoas que estavam no pavilhão de Alquería del Básquet. “Havia crianças, havia um bebé, as pessoas estavam deitadas em colchões e distribuíram chinelos, roupas, e meias”, apontou a mulher. 

Cristian, Juani e Ría continuam 'refugiados' no bairro de La Petxina: “Passámos cinco horas com água até ao pescoço”

Cristian, um dos jovens que viajava de autocarro por La Torre na altura da tempestade contou o que sentiu: "Estive em pânico". Juani e Ría continuaram: "Tivemos de sair do autocarro, porque não conseguia avançar. Estivemos lá dentro durante cinco horas com água praticamente até ao pescoço". “Não tive coragem de ligar para minha família”, confessou ainda a jovem Ría. 

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