Associações francesas de comerciantes processam Shein por concorrência desleal

Inspeções recentes revelaram que "oito em cada dez produtos" vendidos pela Shein não cumprem as normas de segurança ou são mesmo "perigosos".

19 de novembro de 2025 às 19:59
Shein sob vigilância após abertura de loja em Paris com polémica Foto: Thibault Camus/AP
Partilhar

Uma dezena de associações comerciais francesas anunciaram esta quarta-feira uma ação judicial contra a plataforma chinesa Shein, que enfrenta já outro processo por concorrência desleal interposto pelo Governo gaulês.

"Esta é uma ação coletiva sem precedentes que marca uma verdadeira viragem", anunciou em entrevista à rádio France Info Yoan Petitot, diretor-geral da Alliance du Commerce (Aliança do Comércio), uma das associações queixosas.

Pub

Petitot realçou que estas associações representam "mais de 100 marcas que estão a dizer basta à concorrência desleal" e que nos últimos cinco anos têm alertado as autoridades e o público para as "numerosas" violações das regras comerciais por parte de "plataformas de fora da Europa, e particularmente da China".

A Aliança do Comércio reúne grandes armazéns como as Galerias Lafayette, Printemps e BHV Marais, lojas populares e marcas de roupa e calçado como Primark, H&M e C&A, que em conjunto faturam 41 mil milhões de euros por ano e geram 150 mil postos de trabalho em França.

O objetivo da ação judicial, que se baseia nas sanções levantadas contra a Shein por "publicidade enganosa", violações no tratamento de dados pessoais e outras práticas comerciais irregulares, é o reconhecimento dos danos causados e o pagamento de indemnizações.

Pub

Segundo o diretor geral, as inspeções recentes revelaram que "oito em cada dez produtos" vendidos pela Shein não cumprem as normas de segurança ou são mesmo "perigosos".

Na primeira semana de novembro, a plataforma chinesa viu-se envolvida numa controvérsia depois de o Governo francês ter ameaçado suspender as suas operações no país ao detetar a oferta na loja online de bonecas sexuais com aspeto infantil, armas e outros produtos ilegais.

Para evitar o encerramento em França, a Shein decidiu suspender temporariamente a oferta de produtos de vendedores externos na sua plataforma em terras gaulesas, mas os processos judiciais contra a empresa chinesa estão em curso e podem ter repercussões nas próximas semanas.

Pub

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

Partilhar