Ataque informático a Macron lança incerteza nas eleições
Milhares de documentos do candidato centrista foram publicados em redes sociais de extrema-direita e no WikiLeaks.
A França vota hoje numas presidenciais olhadas com apreensão em toda a Europa devido à margem de apoio que a candidata de extrema-direita Marine Le Pen poderá obter. E as incertezas aumentaram sexta-feira, quando a campanha do favorito, o centrista Emmanuel Macron, revelou ter sido alvo de "um ataque informático maciço e coordenado", que deixou visíveis na internet milhares de documentos, "alguns dos quais falsos".
Os presumíveis autores do ataque foram os hackers russos Fancy Bear, envolvidos no ataque à campanha da candidata presidencial democrata norte-americana Hillary Clinton.
A comissão eleitoral francesa apelou aos meios de comunicação para não difundirem informações dos documentos pirateados e divulgados em redes sociais e no WikiLeaks - que incluem mails, contratos e dados contabilísticos -, para "não alterar a integridade das eleições". A comissão lembra ainda que "a publicação de informações falsas constitui crime".
Os documentos terão sido roubados há semanas, mas foram divulgados à meia-noite de sexta-feira. Nem Macron nem Marine Le Pen comentaram o facto, pois a lei francesa proíbe campanha na véspera do escrutínio.
Recorde-se que três sondagens reveladas na sexta-feira, as únicas após o debate, deram uma subida de 1% a Emmanuel Macron, que deve vencer com 62% dos votos, contra 38% de Le Pen, que caiu cerca de 2%.
Le Pen não foi diretamente implicada no ataque informático ao rival, mas a visita que em março fez a Moscovo, onde foi saudada pelo presidente Vladimir Putin, reforçou a ideia de que a Rússia apoia a candidata, tal como apoiou Donald Trump nos EUA, onde hackers russos divulgaram documentos de Hillary que terão contribuído para a sua derrota.
O primeiro a difundir os documentos de Macron foi, aliás, Jack Posobiec, apoiante de Trump.
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