Ataque ao hospital de Kunduz foi decidido pelos EUA
General John Campbell disse que decisão foi "um erro".
O hospital gerido pelos Médicos Sem Fronteiras em Kunduz, norte do Afeganistão, foi bombardeado "por erro" num ataque decidido pela cadeia de comando norte-americana, disse esta terça-feira o general norte-americano John Campbell, chefe da missão da NATO naquele país.
"Um hospital foi atingido por erro" num ataque de forças norte-americanas "pedido" pelos afegãos mas decidido pela "cadeia de comando norte-americana", afirmou o general numa audição na Comissão das Forças Armadas do Senado dos Estados Unidos.
O bombardeamento do hospital, na madrugada de sábado, fez 22 mortos, incluindo três crianças. A MSF assegurou que "todas as partes" em conflito conheciam as coordenadas do hospital e pediu uma investigação independente.
"Para ser claro, a decisão de fazer um ataque aéreo era uma decisão norte-americana, tomada pela cadeia de comando norte-americana", sublinhou.
Campbell afirmou que o hospital nunca foi um alvo
"Um hospital foi atingido por erro. Nunca atingiríamos deliberadamente instalações médicas", disse.
Na segunda-feira, numa conferência de imprensa em Washington, o general afirmou que o bombardeamento foi pedido pelas autoridades afegãs, o que foi criticado pela organização médica humanitária, que acusou os Estados Unidos "de tentar passar a responsabilidade para o governo afegão".
O general explicou que as forças norte-americanas estavam a apoiar as tropas afegãs envolvidas em confrontos com os talibãs em Kunduz.
John Campbell afirmou, por outro lado, que os Estados Unidos devem ponderar aumentar o número de tropas norte-americanas no Afeganistão após 2016, atualmente previsto para menos de mil soldados.
"Acredito que temos de dar aos decisores opções diferentes ao atual plano", disse.
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