Autocarros incendiados após polícia ser suspeito de matar homem e atirar corpo às águas das cheias

De acordo com moradores da região, o protesto violento foi uma resposta à morte do homem.

Cheias em Rio Grande do Sul, Brasil Foto: Reuters
Cheias em Rio Grande do Sul, Brasil Foto: Reuters
Cheias em Rio Grande do Sul, Brasil Foto: Reuters

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Vários veículos foram incendiados, entre eles dois autocarros de passageiros, no final da noite deste domingo na cidade brasileira de Porto Alegre, capital do estado do Rio Grande do Sul, num protesto contra a polícia local após a morte de um homem em circunstâncias suspeitas. A Brigada Militar, como é chamada no Rio Grande do Sul a polícia de segurança pública ostensiva, teve de usar a força para dispersar os populares que participaram no protesto, mas não há informações sobre feridos ou presos.

O ataque aos veículos aconteceu na esquina da Avenida Princesa Isabel com a Avenida João Pessoa, no bairro Azenha, onde fica uma comunidade formada por habitações de baixa renda denominada Residencial Princesa Isabel. Foi de lá, segundo a polícia, que saíram as dezenas de pessoas que promoveram o ataque, sem qualquer relação com as violentas cheias que inundaram Porto Alegre e quase todo o estado do Rio Grande do Sul desde o passado dia 29 de Abril, e que até este domingo mataram 157 pessoas e deixaram outras 94 desaparecidas.

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De acordo com moradores da região que não quiseram indentificar-se por recearem retaliações, o protesto violento foi uma resposta à morte de um homem que também morava na comunidade, identificado por familiares como Vladimir de Abreu Oliveira. A família dele, também em sigilo, afirmou que o homem foi abordado pela polícia e levado pelos agentes, sendo o seu corpo localizado a boiar nas águas da cheia somente dois dias depois.

Sempre de acordo com os familiares e vizinhos de Vladimir, ele usava droga mas não tinha ligação ao mundo do crime. Segundo essa versão, Vladimir foi morto por motivos ainda não apurados e teve o seu corpo atirado às águas pela polícia, que não aceitou comentar as denúncias e, oficialmente, diz desconhecer o caso.

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