Autópsia revela que jovem morto nos EUA foi baleado seis vezes
Morte desencadeou distúrbios em Ferguson.
A autópsia realizada ao jovem afroamericano Michael Brown, cuja morte desencadeou distúrbios em Ferguson, no estado norte-americano do Missouri, revelou que este foi baleado seis vezes e que dois dos tiros lhe acertaram na cabeça, divulgou esta segunda-feira o jornal 'The New York Times'.
O relatório preliminar da autópsia, solicitada pela família ao ex-responsável forense da cidade de Nova Iorque, Michael M. Baden, concluiu que as restantes quatro balas atingiram o braço direito Michael Brown.
Segundo o mesmo jornal, os tiros não terão sido disparados a uma distância curta, já que não existem vestígios de pólvora no cadáver, apesar de ainda não ter sido examinada a roupa, para determinar com exatidão a distância dos disparos.
POLÍCIA LANÇA GÁS LACRIMOGÉNEO CONTRA MANIFESTANTES EM FERGUSON
A polícia antimotim disparou, na noite de domingo, gás lacrimogéneo para dispersar um protesto em St Louis, subúrbio de Ferguson, no estado norte-americano do Missouri, onde um adolescente negro desarmado foi morto a tiro há uma semana por um agente.
As forças de segurança tentavam dispersar um grupo, sobretudo de jovens, mobilizado cerca de três horas antes da meia-noite (06h00 em Lisboa), hora em que entrou em vigor o recolher obrigatório.
Alguns jovens transportavam cartazes em protesto contra a brutalidade da polícia, de acordo imagens transmitidas pela televisão.
Muitos levantaram as mãos em sinal de rendição, enquanto outros 'devolveram' as granadas de gás lacrimogéneo lançadas pela polícia.
Imagens publicadas no Twitter mostram também atos de vandalismo, com janelas de um a McDonald's a serem partidas.
(Populares a partirem janela de um McDonald's Foto: Twitter)
Michael Brown morreu no sábado, dia 9 de agosto, depois de ter sido atingido por vários disparos de Darren Wilson, um polícia cuja identidade foi revelada na sexta-feira pelas autoridades de Fergunson, que decidiram revelar o nome do polícia devido aos vários protestos organizados pela população desde o dia da morte do jovem afro-americano.
FALSO POLÍCIA EXPLICA MORTE NO FACEBOOK
No domingo, alguém assumiu a identidade do polícia Darren Wilson e criou uma página no Facebook para revelar detalhes, ainda por confirmar, sobre a morte de Michael Brown.
“Percebi que eles tinham roubado algo que transportavam nas mãos e que se parecia com charutos. Tentei sair do meu carro, mas eles bateram à porta para me impedir de sair. Quando saí, o Michael empurrou-me de volta para o carro e começou a bater-me na cara. Peguei na arma, ele agarrou-a e aí disparei. Acho que o relatório toxicológico vai mostrar que ele não estava bem e sim sob a influência de algo. Muito do que têm ouvido na rádio e na televisão é impreciso. Vou desativar a minha página. Por isso, por favor, copiem e partilhem a verdade. Agradeço o vosso apoio, principalmente por causa da minha família”, podia-se ler na página de Facebook de quem se fez passar por Darren Wilson, segundo o site ‘Breitbart’.
Ryan Sloane, editor da ‘CNN’, já veio confirmar, através da sua conta no Twitter, que a conta de Facebook é falsa e não pertence ao verdadeiro agente Wilson.
("A 'CNN' confirma que a publicação alegadamente escrita pelo polícia de Ferguson Darren Wilson é falsa", escreveu Ryan Sloane no Twitter)
Apesar da página de Facebook já não estar ativa, o site ‘Breitbart’ revelou que várias pessoas escreveram comentários de apoio ao polícia e a publicação somou mais de mil ‘gostos’.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt