Autoridades fazem apelos desesperados para moradores fugirem após previsão de mais chuvas fortes no sul do Brasil

Inundações já afetaram mais de 2,1 milhões de pessoas.

Chuva no sul do Brasil Foto: Diego Vara/Reuters
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Novas chuvas intensas previstas para esta segunda e terça-feira devem agravar, ainda mais, a devastação no estado brasileiro do Rio Grande do Sul, que desde o passado dia 29 de abril enfrenta as maiores cheias da sua história, que até hoje, 13 de abril, mataram 147 pessoas, feriram gravemente 806, desalojaram 619 mil e deixaram 127 desaparecidas. Num verdadeiro cenário de guerra, esta segunda-feira 88% dos 281,7 mil km² do maior estado do sul do Brasil, que tem 11,2 milhões de habitantes, estavam parcial ou totalmente submersos.

Após uma trégua na sexta e no sábado, o que fez alguns rios começarem a baixar e fez os habitantes acreditarem que o pesadelo estava a começar a ir embora, a chuva voltou a castigar com força a região este domingo, com 120 mm em alguns pontos, continua esta segunda ainda mais forte, e, segundo alertas classificados pelo Inmet, Instituto Nacional de Meteorologia como "risco extremo", deve intensificar-se amanhã, terça. Por isso, o governador do Estado, Eduardo Leite, e autarcas de algumas das cidades mais devastadas pelas cheias, como Canoas, Eldorado do Sul, Encantado, Mussun, Caxias do Sul e da capital, Porto Alegre, estão a fazer apelos desesperados para os moradores não voltarem para suas casas, e para que os que já voltaram acreditando que o pior tinha passado fugissem de novo e o mais depressa possível, pois rios como o Guaíba, Caí, Taquari, Sinos e Jacuí estavam a subir novamente e iam voltar a alagar tudo.

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Duas semanas após as chuvas mais intensas em 65 anos, a imagem é de devastação absoluta em quase todo o Rio Grande do Sul, que teve 447 dos seus 497 municípios atingidos pela tragédia, afetando, de uma forma ou de outra, 2,1 milhões de pessoas. Para se ter uma ideia da dimensão da catástrofe, além da tragédia humana, só até agora, quando ainda nem foi possível chegar a todas as localidades atingidas, uma estimativa provisória dá conta de que pelo menos 300 mil imóveis de todo o tipo foram destruídos totalmente ou danificados de forma provavelmente irrecuperável, entre eles 800 hospitais ou outros tipos de unidades de saúde, dezenas de pontes caíram e há bloqueios totais ou parciais em 170 estradas, impossibilitando nuns casos ou dificultando em outros tanto o socorro a vítimas quanto a chegada de alimentos, água, medicamentos e roupas doados por governos e cidadãos anónimos de outros estados do Brasil. 

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