Balas de borracha disparadas contra manifestantes em Hong Kong
Protestos paralisam cidade e forçam adiamento de debate sobre lei polémica que permite extradição de suspeitos para a China.
A polícia de Hong Kong usou esta quarta-feira balas de borracha e gás lacrimogéneo para tentar fazer dispersar milhares de manifestantes que cercaram a Assembleia Legislativa em protesto contra a nova lei que permite a extradição de suspeitos para a China, na mais grave crise política a abalar o território desde o fim da soberania britânica há duas décadas.
Depois de no domingo mais de um milhão de pessoas terem protestado contra a polémica lei, dezenas de milhares de manifestantes voltaram ontem a sair à rua, ocupando as estradas que dão acesso à Assembleia e erguendo barricadas.
As tentativas iniciais da polícia para desalojar os manifestantes depararam com forte resistência, levando as forças de segurança a recorrer a canhões de águas, gás lacrimogéneo, balas de borracha e bastões. Pelo menos 72 pessoas foram hospitalizadas.
Apesar da violência, os manifestantes prometem não arredar pé das ruas até a legislação ser anulada, e ontem conseguiram uma primeira vitória, com o executivo a adiar por tempo indeterminado o debate da nova lei.
Ativistas pró-democracia alegam que a lei pode ser usada para extraditar dissidentes e críticos para a China, além de constituir uma violação das salvaguardas previstas na fórmula ‘um país, dois sistemas’ que rege as relações entre Pequim e a ex-colónia britânica desde 1997.
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