Banco Central russo admite que economia nacional desacelera mas nega recessão
Sanções internacionais impostas e o encerramento do mercado ocidental para a Rússia provocaram uma militarização gradual da economia russa.
A presidente do Banco Central (BC) russo, Elvira Nabiúlina, admitiu esta quinta-feira que a economia nacional desacelerou, mas negou que haja uma recessão no país.
"Sim, há uma desaceleração da economia, mas não há recessão. Mesmo quando falam de recessão técnica, querem dizer que a economia cai dois trimestres seguidos. Isso não é observado", lembra Nabiúlina durante o Fórum Financeiro de Moscovo.
Criticada no último ano por manter as taxas de juro elevadas como medida para combater a alta inflação do país, alertou que atualmente está a ocorrer uma mudança estrutural na economia russa que leva a um crescimento desequilibrado.
"A nossa economia está a passar por uma reestruturação estrutural. Por isso, existe uma dinâmica desequilibrada nos diferentes setores. Antes, quando crescíamos, todos cresciam de forma mais ou menos semelhante, assim como quando caíamos. Agora, vemos desigualdades", explicou.
Após o início da guerra na Ucrânia, as consequentes sanções internacionais impostas e o encerramento do mercado ocidental para a Rússia provocaram uma militarização gradual da economia russa.
A indústria relacionada com o setor militar foi impulsionada à custa do setor civil.
Na semana passada, o presidente do banco estatal russo Sberbank, German Gref, alertou para uma estagnação técnica da economia e pediu ao Banco Central para baixar as taxas de juro para evitar uma recessão.
O Banco Central da Rússia respondeu com uma queda de um ponto percentual, para 17%, algo que o Sberbank considera insuficiente para a reativação da economia, cujos dados pioraram devido à queda do investimento e da procura interna devido aos altos custos de crédito.
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