Bielorrússia liberta Nobel da Paz e dirigente da oposição

Mais de uma centena de opositores e ativistas saem da prisão após acordo com os EUA.

14 de dezembro de 2025 às 01:30
Bielorrússia liberta Nobel da Paz e dirigente da oposição
O enviado dos EUA, John Coale (à esquerda) com o presidente bielorrusso Alexander Lukashenko Foto: AP

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Mais de uma centena de dissidentes bielorrussos, incluindo o Nobel da Paz Ales Bialiatski e a dirigente opositora Maria Kolesnikova, foram este sábado libertados da cadeia pelo regime de Alexander Lukashenko na sequência de um acordo com os EUA.

Bialiatski, que se destacou como defensor dos direitos humanos, foi condenado a 20 anos de cadeia em 2023 por alegado contrabando e financiamento de ações de alteração da ordem pública. Um ano ante, já em prisão preventiva, tinha sido galardoado com o Prémio Nobel da Paz, que recebeu em conjunto com a organização russa de defesa dos direitos humanos Memorial e o Centro das Liberdades Cívicas da Ucrânia.

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Já Kolesnikova, aliada da opositora exilada Sviatlana Tsikhanouskaya, é um dos rostos mais conhecidos da oposição bielorrussa e foi um dos principais líderes dos protestos pró-democracia de 2020. Foi condenada a 11 anos de cadeia em 2021 por conspiração para tomar o poder.

Os dois dissidentes libertados foram deportados para a Lituânia, enquanto outros foram levados para a Ucrânia.

A libertação dos dissidentes foi anunciada pelo regime de Minsk no final de uma visita de dois dias do enviado especial de Donald Trump para a Bielorrússia, John Coale, que anunciou, em troca, o levantamento parcial das sanções norte-americanas ao país, principalmente as que incidem sobre o setor da potassa, uma das principais exportações bielorrussas. "O nosso objetivo é a normalização progressiva das relações bilaterais. Começámos por dar pequenos passos e agora estamos a dar passos mais confiantes", afirmou Coale, que disse que o conflito na Ucrânia foi um dos temas abordados no encontro que teve com Lukashenko.

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O acordo agora anunciado é um passo importante para levantar o isolamento internacional da Bielorrússia, que além de ter sido alvo de fortes sanções por parte dos EUA e da UE devido ao seu apoio à invasão russa da Ucrânia, já tinha sido sancionada antes pela brutal repressão da oposição na sequência da reeleição irregular de Lukashenko em 2020.

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