Bispo critica aborto de menina de 10 anos violada pelo tio no Brasil
Presidente da Conferência de Bispos do Brasil juntou-se aos grupos conservadores e de extrema-direita que atacaram a criança.
O presidente Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, D. Walmor Oliveira, considerou esta terça-feira "um crime hediondo e inexplicável" o aborto feito por uma menina de 10 anos que engravidou do tio após anos de violações, no estado de Espírito Santo.
O arcebispo, da ala conservadora, juntou a sua voz à de grupos de extrema-direita ligados a Jair Bolsonaro que também se manifestaram contra a interrupção da gravidez.
Comandados à distância pela extremista Sara Winter, líder de um grupo radical de apoio ao presidente, manifestantes chegaram na segunda-feira a tentar invadir o hospital onde a menina estava para impedirem o aborto, que foi devidamente autorizado por um juiz da cidade de São Mateus, no Espírito Santo, onde a menor vivia e foi violada desde os seis anos pelo tio, que foi detido esta terça-feira no estado de Minas Gerais.
O caso foi descoberto no dia 8, quando a menina foi levada ao hospital com fortes dores abdominais, tendo denunciado as violações após os médicos constatarem a gravidez.
A forte repercussão do caso e a mobilização de grupos evangélicos e de extrema-direita levaram vários hospitais a recusarem fazer o aborto autorizado pelo juiz, que determinou então a ida da menor para Recife, no estado de Pernambuco.
No entanto, Winter descobriu e divulgou a identidade da menina e o hospital onde ela estava, provocando um enorme tumulto, só controlado com a ação da polícia.
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