Bolsa angolana diz que nomeação da filha de presidente da república é regresso a casa

Nota surge após críticas em vários círculos sociais de Angola por aquilo que é classificado como alegado ato de nepotismo.

20 de agosto de 2020 às 13:04
João lourenço, presidente angolano Foto: Reuters
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A Bolsa de Dívida e Valores de Angola (BODIVA) disse esta quinta-feira que a nomeação para administradora executiva de Cristina Lourenço, filha do Presidente angolano João Lourenço, trata-se de "um regresso a casa" daquela antiga colaboradora da instituição.

Numa nota de imprensa distribuída esta quinta-feira, a que Lusa teve acesso, a BODIVA realça que a nomeação em março passado de Cristina Lourenço, surgiu da necessidade de completar a composição do conselho de administração, na sequência da resignação de um dos seus administradores.

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O documento sublinha que "o percurso e empenho, enquanto colaboradora da BODIVA entre 2014 e 2016, e a capacidade de gestão demonstrada no processo de criação e implementação de uma unidade de estrutura do ministério das Finanças, estiveram na base da decisão desta comissão de convidar um antigo quadro para assumir a função".

"Um regresso a casa", destaca a nota, lembrando que, à exceção do seu presidente, a comissão executiva em funções desde novembro de 2019 é composta exclusivamente por quadros da BODIVA, "de competência académica e sobretudo profissional comprovada, que desde a sua constituição dedicaram e dedicam o seu saber, aptidão e zelo em prol da consolidação do mercado de capitais angolano".

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"Relativamente aos procedimentos legais, importa referir que, enquanto sociedade anónima de domínio público, que se rege pelas normas aplicáveis às sociedades anónimas, os membros dos órgãos sociais, no qual se inclui o Conselho de Administração, são eleitos por deliberação unânime em sede da mesa da Assembleia-Geral", salienta a BODIVA.

Esta nota surge depois de recentes notícias sobre o poder político em Angola, publicadas pelo Jornal de Negócios, que tem merecido críticas em vários círculos sociais do país por aquilo que é classificado como um "alegado ato de nepotismo".

Muitos associam a questão aos atos praticados anteriormente pelo ex-Presidente angolano José Eduardo dos Santos, que nomeou filhos, como Isabel dos Santos e José Filomeno "Zenu" dos Santos, para cargos públicos.

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No despacho n.º 2260/20, de 5 de maio, o Ministério das Finanças confirma a dispensa de Cristina Giovana Dias Lourenço, onde é técnica superior de 2.ª classe, para dirigir os departamentos de Finanças e Património e de Comunicação e Intercâmbio da Bolsa angolana.

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