Bolsonaro exige mais empenho dos aliados e alerta que a eleição ainda não está ganha
Candidato de extrema-direita sublinhou que os aliados não eram nada sem ele.
No tom desabrido que costuma usar, o favorito à segunda volta das presidenciais brasileiras do próximo domingo, Jair Bolsonaro, fez uma dura cobrança a aliados, exigindo que se empenhem mais na sua campanha.
O candidato de extrema-direita exigiu que os parlamentares eleitos pelo seu partido, que se transformou num campeão de votos graças à inesperada e espantosa vaga de popularidade de Bolsonaro, deixem de se envolver nas campanhas regionais e se dediquem exclusivamente à dele, porque, alertou, as eleições ainda não estão ganhas.
"Os deputados da esquerda estão mobilizados. A gente acompanha aqui no twitter, no facebook, eles estão mobilizados. O tempo todo difundindo mentiras. Mas o nosso pessoal, parlamentares, quero deixar bem claro, eu estou vendo que o engajamento está muito fraco. Eu apelo aos parlamentares para que entrem nessa briga. A eleição não acabou ainda", disse.
Bolsonaro dirigia-se principalmente aos deputados federais eleitos na primeira volta pelo PSL, que tinha apenas um único representante na Câmara dos Deputados e dia 7 conseguiu eleger a segunda maior bancada do parlamento, com 52 deputados. Vários desses parlamentares eleitos passaram a atuar ativamente em campanhas regionais nos estados em que vai haver segunda volta para governador, mas Bolsonaro quer que eles larguem tudo e se empenhem na sua eleição, e não se envergonhou em dizer aos eleitos que, sem ele, não seriam nada.
"Vocês sabem que se elegeram, em grande parte, pelo meu trabalho como candidato a presidente da República. Vocês têm seus méritos também, mas, vamos deixar bem claro, ninguém acreditava que um partido com apenas oito segundos (no horário obrigatório de propaganda na rádio e na televisão), quase sem verba do fundo partidário, ia conseguir eleger uma bancada de 52 deputados."
O presidenciável, que segundo a mais recente sondagem Ibope, divulgada terça-feira, tem 57% dos votos válidos, contra 43% do adversário, Fernando Haddad, do Partido dos Trabalhadores, cobrou depois diretamente os parlamentares federais e regionais eleitos por São Paulo, o estado mais importante e populoso do Brasil.
Os parlamentares do PSL eleitos por São Paulo dividiram-se entre o apoio aos dois candidatos ao governo estadual, João Dória, do Partido da Social Democracia Brasileira, PSDB, e Márcio França, do Partido Socialista Brasileiro, PSB, actual governador, mas Bolsonaro quer que eles até domingo se dediquem exclusivamente a conquistar votos para ele, aparentemente temeroso de uma recuperação de Haddad já evidenciada pelos institutos de sondagem.
"Eu estou vendo uma briga em São Paulo. Em vez de brigarem por votos para mim, ficam apoiando um candidato ou apoiando o outro. Vocês têm de dar a devida resposta, pÔ. Pelo amor de Deus, deputados de São Paulo. O objectivo de vocês tem de ser Jair Bolsonaro, depois é que vem Dória e França, pelo amor de Deus."
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