Bolsonaro privilegia governos de direita

Presidente fez saber que a sua política vai rejeitar relações com governos de esquerda.

04 de novembro de 2018 às 01:40
Jair Bolsonaro saúda os simpatizantes a partir do seu condomínio no Rio de Janeiro Foto: Reuters
Presidente Jair Bolsonaro Foto: Reuters
Jair Bolsonaro, Presidente, Brasil Foto: CMTV

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Não cumprindo com a promessa de campanha de que no seu governo o Brasil não usaria o critério ideológico nas relações com outros países, o presidente eleito Jair Bolsonaro já mostrou que a sua política externa vai privilegiar relações com governos mais à direita e rejeitar claramente os de esquerda. Essa perspetiva já começa a causar polémicas e protestos, mesmo antes de Bolsonaro tomar posse.

O mundo árabe, que no Brasil tem uma forte comunidade, reagiu com indignação ao anúncio de Bolsonaro de que, assim que tomar posse, vai mudar a embaixada brasileira em Israel de Telavive para Jerusalém, como também decidiu o presidente dos EUA, Donald Trump. Um gesto cordial, tanto para Trump como para Israel, país com o qual Bolsonaro tem fortes ligações, mas uma afronta à Palestina e ao mundo árabe, que consideram Jerusalém uma cidade ocupada indevidamente pelos israelitas.

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Em relação a Cuba, Bolsonaro também já deixou claro que não pretende continuar com as estreitas relações que o Brasil mantinha até agora com a ilha. Em entrevista publicada na sexta-feira, o presidente eleito afirmou não ver razões para continuar a manter relações com Cuba, uma vez que o governo da ilha, salientou, não cumpre os direitos humanos e não há perspetivas de grandes negócios entre os dois países.

O vice-presidente eleito, o polémico general Hamilton Mourão, veio a público reforçar o discurso do novo presidente do Brasil, Jair Bolsonaro. Segundo Mourão, os brasileiros têm de perder de vez o que considerou ser o "anti-americanismo infantil", e estreitar ao máximo as relações com os EUA, não apenas as comerciais mas também políticas e ainda na área da Defesa, e devem, sim, virar as suas baterias para pressionar regimes autoritários, como o da vizinha Venezuela.

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SAIBA MAIS

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Jerusalém é cidade santa para as três maiores religiões a nível mundial: o islamismo, o judaísmo e o cristianismo. Por esse motivo, os conflitos religiosos na cidade sempre foram constantes ao longo dos anos.

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Decisão de Trump

Reconhecer Jerusalém como capital de Israel e a transferir a embaixada dos EUA de Telavive gerou grande preocupação no Mundo e muita revolta nos países muçulmanos. Qualquer mudança pode dar origem a uma onda de contestação e violência na cidade sagrada.

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