Bolsonaro quer voto impresso nas eleições de 2022 no Brasil ou prevê "problema pior que nos EUA"
Presidente brasileiro foi um dos poucos governantes do mundo que não condenou a invasão ao Congresso dos Estados Unidos.
Um dos poucos governantes do mundo que não condenou a invasão de quarta-feira ao Congresso dos Estados Unidos, onde quatro pessoas morreram, foi o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, antes pelo contrário, usou o trágico episódio em Washington para fazer uma ameaça de insurreição contra as instituições brasileiras. Bolsonaro, que tenta em vão há anos que o voto no Brasil volte a ser feito em papel por não confiar nas urnas eletrónicas, ameaçou com uma reação dos seus apoiantes em 2022 se o voto impresso não for usado e, claro, se ele não for reeleito.
"Se não tivermos o voto impresso em 2022, uma maneira de auditar voto, vamos ter problemas piores do que os que aconteceram agora nos EUA", ameaçou Bolsonaro.
Mais uma vez sem apresentar qualquer prova, Jair Bolsonaro voltou a afirmar que as eleições nos EUA que deram a vitória a Joe Biden e as presidenciais de 2018 no Brasil nas quais foi eleito foram adulteradas. E que em 2022 uma nova fraude vai ocorrer para evitar a sua reeleição.
"E aqui no Brasil, se tivermos o voto eletrónico em 2022, vai ser a mesma coisa (a suposta fraude ocorrida nos EUA que decretou a derrota do amigo dele Donald Trump). A fraude existe. A imprensa vai dizer, sem provas que a fraude existe, mas eu não vou responder mais a esses canalhas da imprensa. Eu só fui eleito porque tive muitos votos em 2018", declarou Bolsonaro, mais uma vez sem apresentar qualquer prova das muitas que diz ter quer sobre uma suposta fraude nos EUA quer na sempre aventada fraude em 2018 no Brasil.
Bolsonaro não reconhece a confiabilidade das urnas eletrónicas brasileiras, apesar de ter sido através delas que foi eleito seis vezes deputado e uma vez presidente da república. O governante brasileiro insiste para que as votações no Brasil voltem a ser feitas em cédulas de papel, para os seus aliados poderem conferir voto a voto na mão, mas o Supremo Tribunal Federal e o Tribunal Superior Eleitoral já afastaram totalmente essa possibilidade, até porque o sistema eleitoral brasileiro eletrónico é considerado um dos mais avançados e confiáveis do mundo.
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