Bolsonaro recebido como estadista na Argentina pelo presidente eleito Javier Milei
Ex-presidente brasileiro, foi o primeiro político de fora da Argentina a ser convidado para a cerimónia de tomada de posse por Milei.
O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, que viajou à Argentina acompanhado por uma numerosa comitiva como se ainda fosse chefe de Estado, foi recebido esta sexta-feira em Buenos Aires como estadista pelo presidente eleito daquele país, Javier Milei, que toma posse este domingo, 10 de dezembro. Bolsonaro foi o primeiro político de fora da Argentina a ser convidado para a cerimónia de tomada de posse por Milei, que fez o convite ao brasileiro através de uma chamada de vídeo poucas horas após a confirmação da sua surpreendente vitória nas urnas.
De acordo com relatos de participantes no encontro, assim que viu Bolsonaro entrar, Milei deu um grito e abriu um largo sorriso, evidenciando a sua alegria pela presença do brasileiro, com o qual compartilha muitas das suas bandeiras ultra-radicais. Mesmo naturalmente assoberbado com inúmeros compromissos a dois dias da tomada de posse, Javier Milei dedicou um bom tempo ao encontro com Bolsonaro e parte da comitiva brasileira, e, ainda de acordo com o que foi divulgado pelo brasileiro, falaram sobre as realidades políticas atuais do Brasil, governado pelo esquerdista Lula da Silva, e da Argentina, que é governada até este sábado pelo também esquerdista Alberto Fernandez, mas a partir deste domingo será governada por um ultradireitista.
O antigo presidente brasileiro, que foi para a Argentina acompanhado de largas dezenas de aliados ligados à extrema-direita, mas que só pôde levar 10 acompanhantes para a reunião com Milei, estava ladeado pelo filho Eduardo Bolsonaro, pelo ex-ministro da Secretaria de Comunicação do seu governo, Fábio Wajngarten, pelo ex-ministro do Turismo, Gilmar Machado, pelo presidente do seu partido, o Partido Liberal, Valdemar da Costa Neto, e parlamentares. A meio do encontro, surgiu Patrícia Bullrich, terceira colocada na primeira volta das recentes presidenciais argentinas e que na segunda se aliou a Milei e foi decisiva para a vitória deste, que já a indicou como sua futura ministra da Segurança.
O brilharete momentâneo de Jair Bolsonaro, cuja presença na Argentina tem tido bastante repercussão na imprensa local, só está a ser possível porque Lula da Silva, chamado de "comunista", "corrupto" e de "ladrão" por Milei durante a campanha eleitoral, se recusou a ir à tomada de posse do argentino. Milei, aconselhado por assessores, que lhe lembraram que o Brasil é o principal parceiro da Argentina há décadas, até convidou Lula dias atrás, muito depois de ter chamado Bolsonaro, mas o Brasil será representado somente pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Mauro Vieira.
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