Brasil notifica EUA que iniciou processo de resposta a taxas de 50%

Governo norte-americano pode manifestar-se ao longo da investigação aberta pela Câmara de Comércio.

30 de agosto de 2025 às 07:11
Brasil, bandeira Foto: Fernando Bizerra/EPA
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A embaixada brasileira em Washington notificou na sexta-feira o Governo norte-americano sobre o início de consultas para avaliar a aplicação da lei de reciprocidade contra as tarifas de 50%, indicaram fontes diplomáticas à agência Efe.

A Câmara de Comércio Exterior (Camex) do Brasil foi notificada na quinta-feira e tem 30 dias para fazer uma análise e determinar se as tarifas impostas pelo Governo de Donald Trump a grande parte das importações brasileiras se enquadram na lei de reciprocidade

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Em vigor desde julho, a lei da reciprocidade determina os procedimentos de proteção económica para responder a medidas ou barreiras unilaterais impostas por parceiros comerciais que restrinjam as exportações brasileiras.

Se a análise for positiva, a Camex vai criar um grupo de trabalho para sugerir contramedidas económicas, que podem envolver a aplicação de tarifas e outros mecanismos de proteção na área da propriedade intelectual.

O Governo norte-americano pode manifestar-se ao longo da investigação aberta pela Câmara de Comércio, escreveu ainda a Efe.

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Em entrevista na sexta-feira, o Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, reiterou o interesse em negociar e disse não ter pressa em retaliar.

"Esse é um processo um pouco demorado. Eu não tenho pressa de fazer qualquer coisa com a reciprocidade", disse o dirigente.

Desde o anúncio destas tarifas, vários membros do Governo brasileiro tentaram estabelecer um canal de diálogo com a Administração Trump, com o objetivo de negociar as sanções comerciais, mas até agora sem sucesso.

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Como justificação para impor as tarifas, o Presidente norte-americano, Donald Trump, evocou motivos sobretudo políticos, como uma alegada perseguição judicial contra o ex-dirigente brasileiro Jair Bolsonaro, que enfrenta um julgamento por golpe de Estado no Supremo Tribunal Federal.

O Brasil iniciou, anteriormente, um processo de consulta na Organização Mundial do Comércio e contratou um escritório de advocacia nos Estados Unidos para defender os interesses de Brasília.

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