"Ca**** para a prisão": Bolsonaro desdenha de hipótese de ser condenado e preso por golpe de Estado

Ex-presidente brasileiro lembrou que estava nos EUA quando o golpe aconteceu.

20 de fevereiro de 2025 às 23:38
Jair Bolsonaro Foto: REUTERS/Adriano Machado
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O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro usou um palavrão para minimizar a possibilidade de ser condenado por tentativa de golpe de Estado e ser preso, dois dias depois de ter sido formalmente acusado desse crime pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Bolsonaro fez a declaração durante um seminário de Comunicação realizado esta quinta-feira em Brasília pelo seu partido, o Partido Liberal, arrancando gargalhadas e aplausos da plateia.

"O tempo todo falam, vamos prender o Bolsonaro. Eu ca**** para a prisão!", disparou o antigo chefe de Estado na sua primeira aparição pública desde a formalização da acusação junto ao Supremo Tribunal Federal.

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O ex-mandatário brasileiro lembrou empresas, empresários e políticos (entre eles Lula da Silva, que não citou nominalmente), ligados ao escândalo da Lava Jato que foram condenados a pesadas penas de prisão e ao pagamento de multas milionárias e que continuam em liberdade e não pagaram nada ou tiveram o valor dos pagamentos bastante reduzido. E, ironizando, lembrou que no dia 8 de Janeiro de 2023, quando seguidores seus invadiram e vandalizaram o Congresso, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o palácio presidencial, em Brasília, uma semana após a tomada de posse de Lula, Bolsonaro estava nos Estados Unidos - embora Lula considere o ato uma tentativa de golpe incitada pelo ex-presidente brasileiro.

"Eu estava lá, nos Estados Unidos, com o Pato Donald e o Mickey, como é que tentei dar um golpe no 8 de Janeiro aqui no Brasil? Eu não tenho obsessão pelo poder, tenho paixão pelo nosso Brasil. Ao contrário dos que hoje mandam em Brasília, eu tenho a consciência tranquila. Eles não têm contra mim nada mais do que narrativas", declarou Jair Bolsonaro, que um dia antes tinha classificado nas suas redes sociais as acusações da PGR de "vagas" e "um truque" para o tirar da política.

Na terça-feira, a Procuradoria-Geral da República acusou Bolsonaro de crime de tentativa de golpe de Estado planeado em 2022, após ter perdido as presidenciais para Lula, de tentativa de abolição violenta do estado democrático de direito, de dano qualificado, deterioração de património tombado, e de organização criminosa armada. Além de Bolsonaro, foram acusados outros 33 suspeitos, 23 dos quais militares, entre eles vários generais, alguns dos quais estão presos.

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