Candidato da oposição foge da Venezuela
Edmundo González pediu asilo político a Espanha após ser alvo de mandado de detenção por alegada conspiração e outros crimes.
u O líder opositor venezuelano, Edmundo González, que reclamou a vitória nas eleições de julho, fugiu este domingo do país e pediu asilo político a Espanha após ser alvo de um mandado de detenção do regime chavista.
O avião da Força Aérea Espanhola que transportou González aterrou este domingo a meio da tarde na Base Aérea de Torrejón de Ardoz, nos arredores de Madrid, depois de o Governo de Madrid ter confirmado a concessão de asilo ao opositor de Maduro. Segundo as autoridades venezuelanas, González estava há vários dias refugiado na embaixada espanhola em Caracas. Nas redes sociais, a vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, indicou que o Governo decidiu permitir a saída do opositor “para restaurar a paz política” no país. A oposição venezuelana, recorde-se, diz ter provas de que González venceu as presidenciais de julho com larga vantagem, mas a Comissão Eleitoral recusou divulgar as atas eleitorais e atribuiu a vitória a Maduro.
“É um dia triste para a democracia na Venezuela. Numa democracia, nenhum líder político deve ser obrigado a pedir asilo político noutro país”, lamentou o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell.
Entretanto, as forças de segurança venezuelanas cercaram na sexta-feira a Embaixada da Argentina em Caracas, onde estão refugiados vários dirigentes da oposição. O regime chavista disse ainda ter revogado “com efeitos imediatos” a autorização que permitia ao Brasil gerir os interesses diplomáticos da Argentina no país, mas o Governo brasileiro, que disse ter recebido a decisão “com surpresa”, garantiu que vai continuar a desempenhar as funções até Buenos Aires indicar um novo representante.
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