Carola Rackete, a capitã detida por desafiar a lei e desembarcar 40 migrantes

Mulher foi contra as ordens do ministro do Interior Italiano, uma vez que se sentiu na obrigação de ajudar.

29 de junho de 2019 às 12:51
Carola Rockete Foto: Reuters
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Tem 31 anos, é alemã e capitã do navio da organização não-governamental Sea Watch. Carola Rackete foi detida pela polícia italiana por decidir entrar em águas territoriais italianas e ir contra as ordens do ministro do Interior Italiano, Matteo Salvini, uma vez que sentiu "uma obrigação moral" de ajudar a desembarcar 40 migrantes.

Após esperar nas águas internacionais por um convite de Itália ou de um estado da União Europeia, a capitã Carola Rackete decidiu navegar para a ilha de Lampedusa, no sul de Itália, onde mais tarde foi bloqueada por navios do governo italiano.

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"Decidi entrar no porto de Lampedusa. Sei o que estou a arriscar, mas os 40(…) estão exaustos. Estou a levá-los para um porto seguro", explicou Carola Rackete, que foi presa por "resistir a um navio de guerra", acusação que, avançada pela Reuters, poderá levar a uma pena até 10 anos de prisão.

O ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, que está adotando uma linha dura contra os navios de resgate de migrantes, disse anteriormente que só permitiria que Rackete atracasse quando outros países da União Europeia concordassem em receber imediatamente os migrantes.

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Perante a situação, o ministro, disse que a Sea-Watch não recebeu permissão para atracar e que colocou em risco a Polícia Fiscal ao esmagar uma das lanchas do motor contra a frente do porto enquanto tentava impedir a atracação.

Numa conferência de impressa realizada na passada sexta-feira, a capitã dizia estar convencida de que "a Justiça italiana vai reconhecer que a lei do mar e os direitos das pessoas estão acima da segurança e do direito da Itália às suas águas territoriais". Rackete, que se tornou num símbolo de desafio, está agora sob investigação por violar as leis da Itália contra os navios de resgate não-governamentais.

De acordo com uma fonte do Ministério das Relações Exteriores, o Sea-Watch 3 poderá ser apreendido e poderá ainda enfrentar uma multa de 20 mil euros que, se não for paga, poderá chegar a 50 mil euros.

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O Governo do Interior da Itália continua a recusar a autorização do desembarque dos resgatados, enquanto não obtiver um acordo com outros países europeus para receber os migrantes.

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