Chega presente em reunião da extrema-direita europeia. Saiba o que foi dito

Os partidos europeus de extrema-direita reuniram-se em Roma, Itália, para discutir a contenção da imigração no continente e a oposição a um segundo mandato de Ursula von der Leyen na presidência da Comissão Europeia, relatou este sábado a agência Reuters.

A reunião contou com delegações do Chega, da Lega italiana, da União Nacional francesa, do Partido da Liberdade austríaco e do Vlaams Belang belga. O Alternativa para a Alemanha não recebeu nenhum convite para estar presente.Os partidos concordaram com o endurecimento das regras de imigração na Europa. "Um país ou uma União Europeia que não defende as fronteiras comete assassínios contra o próprio povo", afirmou o secretário-federal da Lega, Matteo Salvini.O também vice-primeiro ministro italiano não conseguiu convencer a chefe do governo, Giorgia Meloni, a integrar o partido Identidade e Democracia no parlamento europeu. Ao invés, o partido Irmãos de Itália integra o Grupo Europeu de Conservadores e Reformistas. 

A francesa Marine Le Pen, da União Nacional, provocou Giorgia Meloni na reunião. "Apoiará um segundo mandato de von der Leyen ou não? Acredito que sim. E assim contribuirá para piorar as políticas que tanto sofrimento causam ao povo da Europa", declarou.A questão serviu para fortalecer a posição de Matteo Salvini. "Deves a verdade aos italianos. Tens de decidir o que farás. Na direita, o único candidato que se oporá a Von der Leyen é Matteo Salvini", acrescentou Marine Le Pen.O vice-primeiro ministro italiano aproveitou a deixa. "Marine pergunta se os votos italianos estarão dispostos a apoiar uma repetição desta Comissão. Digo-o tranquilamente: os eleitores que elegem a Lega nunca elegerão um mandato com von der Leyen e socialistas", disse.

O presidente do Chega, André Ventura, citado pela agência Efe, recordou o recente resultado eleitoral em Portugal, referindo-se agora a uma "batalha a travar entre o bem e o mal".

"E agora vamos a caminho de ganhar as eleições europeias. Os nossos valores estão em jogo. A Europa é um continente cristão e deve continuar a sê-lo", vincou o deputado português.

O Identidade e Democracia é o sexto maior partido no parlamento europeu, mas as sondagens colocam-no no quarto lugar. As eleições europeias realizam-se de 6 a 9 de junho (em Portugal a 9).