Chernobyl é reserva de vida selvagem

Zona de exclusão continua sem humanos.

25 de abril de 2016 às 08:01
Chernobyl, Ucrânia, vida selvagem Foto: Vasily Fedosenko/Reuters
Partilhar
1 / 11
FOTO: Vasily Fedosenko / Reuters
chernobyl
FOTO: Vasily Fedosenko / Reuters
chernobyl
FOTO: Vasily Fedosenko / Reuters
chernobyl
FOTO: Vasily Fedosenko / Reuters
chernobyl
FOTO: Vasily Fedosenko / Reuters
chernobyl
FOTO: Vasily Fedosenko / Reuters
chernobyl
FOTO: Vasily Fedosenko / Reuters
chernobyl
FOTO: Gleb Garanich / Reuters
chernobyl, Pripyat
FOTO: Gleb Garanich / Reuters
chernobyl, Pripyat
FOTO: Vasily Fedosenko / Reuters
chernobyl
FOTO: Vasily Fedosenko / Reuters
chernobyl

Trinta anos depois da pior catástrofe nuclear civil da história, a zona de exclusão em torno da central de Chernobyl, Ucrânia, abandonada pelos habitantes, transformou-se numa reserva única e cheia de animais selvagens.

Pub

Da zona de exclusão, num raio de 30 quilómetros em redor da central, foram retiradas mais de 130 mil pessoas nos dias imediatos à explosão, a 26 de abril de 1986.

Pode parecer estranho que a área de Chernobyl se tenha tornado num refúgio para vários animais, de alces, veados, castores e mochos, a espécies mais exóticas como ursos castanhos, linces e lobos. Mas sem pessoas para os caçar ou destruir o habitat, a vida selvagem está a expandir-se, não obstante os elevados níveis de radiação ainda presentes.

Pub

Apesar de uma esperança de vida mais curta e de uma taxa de reprodução menos elevada devido aos efeitos da radiação, o número e variedade aumentaram a um ritmo inédito depois da queda da ex-União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, em 1991.

Num raio de dez quilómetros em redor da central, encerrada em 2000, o nível de radiação continua a atingir 1.700 nanosieverts por hora, um valor dez a 35 vezes superior à norma observada nos Estados Unidos.

Cerca de dez quilómetros quadrados de floresta de pinheiros que rodeavam a central foram destruídos pouco depois da catástrofe, devido à absorção de níveis elevados de radiação e as diferentes aves, roedores e insetos que abrigavam desapareceram.

Pub

O local da "floresta vermelha", assim chamada por causa da cor das árvores murchas, foi limpo com 'buldozers' e os pinheiros mortos enterrados como resíduos nucleares.

Natureza adaptou-se

Uma nova floresta de pinheiros e bétulas cresceram desde então no mesmo lugar. E a natureza, como sempre, adaptou-se.

Pub

As espécies dependentes de resíduos deixados pelos humanos desapareceram, como cegonhas brancas, pardais ou pombos. Mas as espécies indígenas que tinham prosperado na flora luxuriante, muito antes da tragédia, regressaram: lobos, ursos, águias.

"Quando as pessoas saíram, a natureza regressou", resumiu Denis Vichnevski, engenheiro-chefe da zona de exclusão e zoólogo.

"A radiação está por todo o lado e tem efeitos negativos. Mas é menos significativa que a intervenção humana", disse.

Pub

Marina Chkvyria, investigadora do instituto de zoologia Schmalhausen, que supervisiona a zona, alertou para os efeitos negativos para os animais da presença de numerosos turistas e dos funcionários que se ocupam da manutenção da central e da construção do novo sarcófago.

"O contraste entre Chernobyl antes do acidente e 30 anos mais tarde é gritante. Estes animais são provavelmente a única consequência positiva desta terrível catástrofe", afirmou Vichnevski.

Já há relatos da presença esporádica de caçadores furtivos, especialmente do lado ucraniano. As autoridades de Kiev estão a preparar legislação para classificar a área como reserva natural e impedir assim, a caça, entre outras limitações.

Pub

A explosão do quarto reator da central de Chernobyl, situada a 120 quilómetros a norte de Kiev, junto à fronteira com a Bielorrúsia, lançou para a atmosfera 200 toneladas de material com uma radioatividade equivalente a entre 100 e 500 bombas atómicas como as de Hiroshima (Japão).

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

Partilhar