Debate eleitoral em São Paulo termina à pancada com um ferido e um detido
Momento foi desencadeado pela expulsão do candidato às autárquicas Pablo Marçal, milionário que já cumpriu pena por burla.
Num novo episódio de violência da campanha para as autárquicas do próximo dia 6 de outubro, o debate eleitoral realizado, na noite de segunda-feira, pelo canal Flow News, de São Paulo, terminou em pancadaria generalizada - uma pessoa ficou ferida e outra foi detida. Mais uma vez, a confusão teve a participação do candidato Pablo Marçal, um milionário que já cumpriu pena por burla, é bolsonarista radical rompido com Jair Bolsonaro, representante da extrema-direita e acusado de ligação ao crime organizado.
As cenas de pancadaria começaram durante as considerações finais, quando o debate estava prestes a terminar, após Pablo Marçal ser expulso pelo moderador, o jornalista Carlos Tramontina, devido a repetidas violações das regras acordadas por todos os candidatos com a organização. Assim que Tramontina anunciou a expulsão de Marçal, que ao longo do debate usou alcunhas depreciativas para se referir aos adversários, assessores dele e do atual autarca e candidato à reeleição, Ricardo Nunes, que já vinham a discutir há um bom tempo, partiram para a agressão mútua e nem a intervenção dos seguranças da emissora conseguiu evitar o tumulto.
Um dos assessores de Marçal, Nahuel Medina, sócio do candidato e que também atua como repórter de imagem na campanha, deu um soco no publicitário responsável pela campanha de Nunes, Duda Lima. A agressão provocou um corte profundo, com sangramento expressivo, e o publicitário teve de apanhar seis pontos num hospital da cidade, enquanto Nahuel foi detido pela polícia ao sair da emissora.
Duas semanas atrás, Pablo Marçal já tinha protagonizado outra grande confusão, ao acusar outro adversário, o apresentador de televisão José Luiz Datena, de crimes sexuais, levando o jornalista a perder a cabeça e a agredí-lo com uma cadeira ao vivo durante o debate promovido pela TV Cultura. Numa campanha eleitoral marcada pelo baixo nível dos debates, Pablo Marçal, atualmente o terceiro colocado nas sondagens, e Ricardo Nunes, que tem oscilado entre o primeiro e o segundo lugar e é apoiado por Bolsonaro, têm protagonizado momentos muito críticos, com acusações mútuas de ligação ao crime organizado, ambos tentando passar para a segunda volta da disputa com o outro candidato favorito, o esquerdista Guilherme Boulos, apoiado por Lula da Silva.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt