Defesa pede que Bolsonaro seja hospitalizado amanhã para ser operado no dia de Natal
Moraes, responsável pela condenação de Bolsonaro, vai pedir parecer em carácter de urgência ao Procurador-Geral da República, Paulo Gonet.
Os advogados de Jair Bolsonaro formalizaram, esta terça-feira, ao juiz Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal, um pedido para que o antigo presidente brasileiro possa deixar a cela em que cumpre pena de 27 anos e 3 meses por tentativa de golpe de Estado, para ser submetido a uma nova cirurgia num hospital particular de Brasília. Moraes, responsável pela condenação de Bolsonaro, vai pedir parecer em carácter de urgência ao Procurador-Geral da República, Paulo Gonet.
De acordo com o cronograma apresentado pelos advogados, Bolsonaro deve dar entrada no hospital, na quarta-feira, para iniciar os procedimentos pré-operatórios. A cirurgia deverá acontecer na quinta, Dia de Natal, avançam os responsáveis pela defesa do antigo mandatário.
Exames realizados por equipas médicas particulares e da Polícia Federal, em cuja sede regional em Brasília Bolsonaro está a cumprir pena há um mês, confirmaram que ele tem duas hérnias inguinais, que provocam desconforto e dores. Bolsonaro já enfrentou diversas vezes situações semelhantes desde 2018, quando levou uma profunda facada no abdómen, desferida por um homem posteriormente considerado louco pela justiça e preso até hoje.
Desde esse atentado, Jair Bolsonaro já passou por seis cirurgias na região abdominal, a última das quais em Abril passado, que durou 12 horas e, em princípio, teria resolvido de vez a situação. Mas não foi isso que aconteceu, e o estado de saúde do ex-chefe de Estado piorou ainda mais a partir daí.
Alexandre de Moraes, que inicialmente não reconheceu a validade do laudo feito por médicos contratados pelos advogados de Bolsonaro argumentando que lhe parecia ser uma manobra para tirar o ex-presidente da prisão, foi convencido posteriormente pelo laudo dos médicos da Polícia Federal. Mas está a rodear-se de todos os cuidados e de rigorosas medidas de segurança em redor de Bolsonaro, tanto na deslocação até ao hospital quanto dentro da unidade de saúde, pois teme que o ex-presidente possa aproveitar a saída da cela para tentar fugir e abrigar-se em alguma embaixada estrangeira.
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