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Juiz nega recuperação domiciliária a Bolsonaro. Ex-presidente do Brasil vai ser submetido a nova cirurgia abdominal

Alexandre de Moraes determinou que após a cirurgia o ex-presidente volte imediatamente para a cela onde cumpre há um mês pena de 27 anos e 3 meses de prisão.

20 de dezembro de 2025 às 14:45

O juiz Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro, autorizou na noite desta sexta-feira a saída do ex-presidente Jair Bolsonaro da prisão para se submeter a uma nova cirurgia na região abdominal, mas impôs uma série de condições e limitações. Antagonista público de Bolsonaro há anos, Moraes recusou, entre outros, o pedido dos advogados do antigo chefe de Estado para que, após a nova cirurgia, ele pudesse recuperar-se em casa.

Extremamente rígido com quase todos os arguidos que passam pelas suas mãos, mas, principalmente, com Jair Bolsonaro, Alexandre de Moraes determinou que após a cirurgia o ex-presidente volte imediatamente para a cela onde cumpre há um mês pena de 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado, sentença que o próprio magistrado lhe aplicou em setembro passado. Os advogados de Bolsonaro argumentaram que o político, que já tem 70 anos e está com a saúde claramente debilitada, após a intervenção cirúrgica vai precisar de cuidados especiais, que não estarão ao seu dispor se voltar para a cela onde cumpre pena, na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília.

Peritagens feitas tanto por médicos particulares contratados pelos advogados quanto a realizada pela própria Polícia Federal por ordem de Moraes, que não acreditou na primeira, comprovaram que Bolsonaro, além de outros problemas, está com duas hérnias inguinais, uma de cada lado, que lhe provocam desconforto e dores e dificultam o trato intestinal, pelo que devem ser removidas o mais rapidamente possível. Mas o magistrado não reconheceu a urgência do procedimento cirúrgico, e determinou que a operação a Bolsonaro, que será realizada num hospital particular de Brasília, seja em carácter eletivo, ou seja, com data previamente marcada e sujeita a aprovação tanto dele quando da Procuradoria-Geral da República.

Desde que sofreu um atentado durante um ato de rua na cidade de Juiz de Fora na campanha para as presidenciais de 2018, que venceu, Bolsonaro tem passado por momentos difíceis em termos de saúde. A facada desferida contra ele por um homem considerado 'louco' e preso até hoje, foi muito profunda e afetou vários órgãos na região abdominal. Desde aí, Jair Bolsonaro já teve de passar por seis cirurgias, a última das quais, em abril passado. A cirurgia durou 12 horas, mas os problemas voltam a aparecer poucos meses depois, como agora, exigindo novos procedimentos médicos numa região do corpo já muito debilitada pela sucessão de intervenções.

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