Cláudio e Nuno estudaram no Técnico. Ambos emigraram para a América. Nuno teve sucesso. Cláudio, não.
Vinte e cinco anos de raiva guardada e não gerida. De despeito, de ódio pelo sucesso dos outros. Cláudio Valente, natural do Entroncamento, agora com 48 anos, chegou a ser considerado um génio da física. Foi o melhor aluno no secundário em Torres Novas, licenciou-se no Instituto Superior Técnico, mas não o fez com distinção. Enfrentou um processo disciplinar e partiu para a América, para a Universidade Brown, onde tentou tirar uma pós-graduação. O que aconteceu depois disso, pouco se sabe. Cortou relação com os pais, que ficaram em Torres Novas, desistiu da universidade e entre 2006 e 2013 trabalhou para a plataforma Sapo. Não casou, não teve filhos, vivia numa moradia em Miami. No início deste mês de dezembro algo aconteceu. Saiu da sua zona de conforto e partiu para Brown, onde, no dia 13 de dezembro, matou dois estudantes universitários e feriu nove. O ataque a tiro aconteceu no edifício de Física e a escolha do dia não foi inocente. Cláudio agiu quando os estudantes iam fazer os exames. Sem piedade, deixou um rasto de sangue. Onde esteve nos dias que se seguiram também não se sabe. Apenas que na segunda-feira foi a casa do cientista Nuno Loureiro.
Colega de curso no Técnico, Nuno tinha conseguido o que Cláudio nem vislumbrara. Era uma referência na Física, trabalhava na descoberta da energia limpa. O seu nome ficaria para sempre nos livros de história. Nuno abriu a porta e nem a presença da filha de 14 anos travou o homicida. Disparou logo ali. Nuno foi assistido e encaminhado ao hospital, mas morreu no dia a seguir. Já Cláudio fugiu no mesmo carro, alugado, até uma zona industrial, a cerca de 50 quilómetros. Foi em Salem que se escondeu durante mais de 48 horas. Num armazém, que também tinha tido o cuidado de alugar atempadamente. Cercado pela policia, Cláudio suicidou-se.
Suspeito e vítima foram colegas cinco anos no Instituto Superior Técnico
O principal suspeito, Cláudio Valente, e a vítima mortal, o físico português Nuno Loureiro, foram colegas de curso no Instituto Superior Técnico (IST), em Lisboa, indicou, ontem, a instituição, que confirmou ter sido contactada pelas autoridades americanas. Numa curta declaração escrita, o IST refere que Cláudio Neves Valente “foi estudante do Técnico, do curso de licenciatura em Engenharia Física Tecnológica, entre 1995 e 2000”, e que Nuno Loureiro “fez o curso no mesmo período”. O presidente do IST, Rogério Colaço, disse à agência Lusa, sem adiantar mais informações, que “o Técnico foi contactado pelas autoridades dos EUA”. “É o que podemos dizer”, afirmou.
E TAMBÉM
Automóvel - pista principal
Com recurso a videovigilância, o carro alugado por Cláudio Valente em Boston, no qual posteriormente colocou uma falsa matrícula da Florida, foi a principal pista que permitiu às autoridades estabelecer a ligação entre o ataque em Brown e o homicídio de Nuno Loureiro, divulgou o chefe da polícia de Providence (Rhode Island).
Laser de alta precisão
Junto ao corpo do suspeito foi encontrado duas pistolas Glock de 9 milímetros, um colete à prova de bala, carregadores topo de gama e um laser de alta precisão.
Revolução - fusão nuclear
O físico Nuno Loureiro era um dos cientistas de topo na investigação da fusão nuclear como possível fonte de energia limpa que pode revolucionar o Mundo. Em entrevista à ‘Domingo’, em junho de 2024, o cientista admitiu que já em 2026 poderá haver desenvolvimentos marcantes nesta área decisiva para o futuro da humanidade.
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