Departamento de Justiça dos EUA vai divulgar ficheiros do caso Epstein em 30 dias
Decisão surge depois da aprovação na terça-feira pela Câmara dos Representantes e pelo Senado.
O Departamento de Justiça dos EUA vai divulgar os ficheiros do caso Epstein dentro de 30 dias, revelou esta quarta-feira a procuradora-geral Pam Bondi, após o Congresso ter votado de forma quase unânime para obrigar o governo de Donald Trump a torná-los públicos.
Bondi confirmou que o Departamento de Justiça vai divulgar o material relacionado com o caso Epstein conforme exigido pela legislação aprovada na terça-feira pela Câmara dos Representantes e pelo Senado, ambos controlados pelos republicanos. "Continuaremos a seguir a lei e a incentivar a máxima transparência", disse a procuradora.
Em todo o caso existe a possibilidade de nem todos os ficheiros serem divulgados, já que pode existir material que poderia afetar as investigações sobre figuras democratas associadas a Epstein. O Departamento de Justiça, porém, irá proteger a identidade de todas as vítimas de tráfico sexual cujos nomes constem nos documentos.
A Câmara dos Representantes dos EUA aprovou, na terça-feira, o projeto de lei que obrigava o Departamento de Justiça a divulgar os ficheiros. Apesar de ter passado vários meses a tentar travar a sua divulgação pública, o presidente norte-americano pediu, no domingo, que os republicanos votassem a favor.
"Os republicanos da Câmara [dos Representantes] devem votar a favor da divulgação dos arquivos de Epstein porque não temos nada a esconder, e é hora de superar esse embuste democrata perpetrado por lunáticos da esquerda radical para desviar a atenção do grande sucesso do Partido Republicano", escreveu Trump, no domingo, na rede Truth Social.
A decisão de Trump surgiu depois de ter vindo a público que o presidente norte-americano "sabia das raparigas", numa referência às adolescentes abusadas pelo bilionário que se suicidou na prisão, em 2019, enquanto aguardava para ser julgado por abuso sexual e tráfico de menores.
Recorde-se que Trump foi amigo de Epstein, tendo privado com ele durante décadas.
O projeto de lei foi aprovado por 427 votos, com um único voto contra do deputado republicano Clay Higgins.
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