Deputado brasileiro agride colega da oposição
Agredido chorou após a agressão e foi consolado na tribuna da Câmara dos Deputados.
Numa nova exibição de baixaria na política brasileira, um deputado aliado do Governo agrediu um colega da oposição durante uma sessão no Congresso nesta quarta-feira, após uma discussão com gritos de "comunista", de um lado, e de "veadinho" (homossexual), do outro. O deputado agredido, Messias Donato, do Partido Republicanos, controlado pela IURD, Igreja Universal do Reino de Deus, chorou após a agressão e foi consolado na tribuna da Câmara dos Deputados por outros parlamentares aliados de Jair Bolsonaro, como ele.
A confusão aconteceu durante a sessão solene do Congresso (uma reunião conjunta do Senado e da Câmara dos Deputados) para promulgação da Reforma Tributária aprovada esta semana depois de décadas de tramitação, com inúmeros avanços e recuos nesse periodo. Lula da Silva, que tem nessa reforma um dos poucos êxitos significativos do primeiro ano do seu terceiro mandato, compareceu à sessão e foi aí que começaram os distúrbios. Os radicais bolsonaristas começaram a vaiar e a insultar o presidente.
Washington Quaquá, deputado e vice-presidente do Partido dos Trabalhadores, PT, de Lula, não gostou das ofensas dirigidas ao chefe de Estado e tentou aproximar-se do grupo mais hostil, no meio do qual estava Messias Donato, que filmava tudo para as suas redes sociais e atacava o governante. Após uma discussão acalorada em que os parlamentares bolsonaristas chamaram Quaquá de "comunista" e o deputado chamou os colegas de "veadinhos", o vice-presidente do partido do Governo conseguiu chegar perto de Messias Donato, que não parava de filmar, e deu-lhe um sonoro estalo na cara.
O agredido começou a chorar copiosamente e parecia não ir parar mais, sendo protegido e consolado por aliados, que agora se articulam para proporem a anulação do mandato de Washington Quaquá por quebra do decoro parlamentar. Quaquá não parece muito preocupado com essa possibilidade e nas suas redes sociais, além de reconhecer que bateu no colega, avançou que bateria de novo se fosse preciso e ironizou o normalmente aguerrido parlamentar aliado de Bolsonaro, dizendo que Messias Donato adora ofender os outros e é bastante agressivo com as palavras mas que, na hora do "vamos ver", ele "não aguenta uma porrada".
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