Deputados e jornalistas agredidos por seguranças durante tumulto generalizado no Congresso do Brasil

Vários parlamentares e jornalistas foram agredidos por seguranças do Congresso do Brasil durante um tumulto generalizado ocorrido no final desta terça-feira durante uma sessão no plenário da Câmara dos Deputados que terminou em pancadaria. Pela primeira vez em décadas, a imprensa foi expulsa do plenário pelos agentes da Polícia Legislativa, a transmissão ao vivo da TV Câmara foi interrompida e a luz foi cortada.

Pelo menos seis parlamentares, a maioria mulheres, tiveram de receber atendimento no Departamento Médico, vários outros reclamavam de dores pelo corpo e havia relatos de jornalistas com escoriações nas pernas e nos braços. Ao vivo, repórteres de várias emissoras denunciavam empurrões e puxões de agentes legislativos, e algumas jornalistas chegaram a ser atiradas ao chão.

O tumulto começou quando o deputado Glauber Braga, do PSOL, Partido Socialismo e Liberdade, de esquerda radical, ocupou a cadeira do presidente da Câmara dos Deputados e anunciou que só sairia de lá quando não tivesse mais forças. Glauber está em risco de perder o mandato por em 2024 ter agredido um militante de direita durante um encontro no parlamento e em Abril chegou a fazer greve de fome tentando que o caso fosse arquivado.

Com a recusa de Glauber em abandonar a cadeira da presidência e em permitir a continuidade da sessão, para a qual estava marcada a votação de um projeto que poderia beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro, a Polícia Legislativa foi chamada e, sem que ninguém esperasse, deu ordem para que toda a imprensa deixasse o plenário. Ante os protestos dos jornalistas, os seguranças usaram a força e carregaram contra os profissionais da informação para os forçar a sair.

Imagens captadas por parlamentares e posteriormente enviadas para jornalistas mostram que assim que a imprensa foi retirada à força, agentes da segurança cercaram Glauber Braga e arrancaram-no da cadeira de presidente. Ele debateu-se, lutou com os seguranças, e parlamentares aliados de Lula da Silva correram para o ajudar, entrando também em luta com os seguranças e iniciou-se uma confusão generalizada dentro do plenário, enquanto do lado de fora os jornalistas somente ouviam os gritos e os protestos.