Destituição de Dilma ultrapassa primeiro obstáculo
Deputados aliados do governo votaram ao lado da oposição.
A presidente Dilma Rousseff sofreu na madrugada de ontem uma derrota maior que o esperado na comissão parlamentar que decidiu avançar com o processo de destituição, com vários deputados da base aliada do governo a desertarem para o lado da oposição e a votarem a favor do afastamento da chefe de Estado, o que pode constituir um prenúncio do que sucederá na decisiva votação de domingo na Câmara dos Deputados.
O parecer do relator Jovair Arantes, que recomendava a destituição de Dilma por manipulação das contas do Estado, foi aprovado por 38 votos favoráveis e 27 contra, uma margem bem mais dilatada do que esperavam os apoiantes de Dilma. Jacques Wagner, ministro-chefe da Casa Civil de Dilma, reconheceu que o governo esperava obter na comissão pelo menos 32 votos, cinco a menos do que aqueles que conseguiu.
Embora a incerteza se mantenha e tudo possa ainda acontecer, o resultado da votação sugere que as deserções na base governamental vão continuar até domingo, dia em que o parecer aprovado na comissão de 65 membros será votado no plenário do parlamento, composto por 513 deputados.
Na comissão, a oposição conseguiu quase 59% dos votos, mas precisará de 67% - 342 votos - para aprovar o processo de destituição de Dilma no plenário. Para tentar evitá-lo, apoiantes da presidente, comandados por Lula da Silva, estão a fazer uma enorme pressão sobre deputados aliados e indecisos, tentando garantir os votos suficientes para a sobrevivência de Dilma.
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