Relator diz que “já ninguém acredita no governo”.
Debates exaltados e trocas de acusações antecederam na segunda-feira a votação do parecer do relator da comissão parlamentar que pede o afastamento de Dilma Rousseff, que tudo indicava que seria aprovado. A votação marca o arranque de uma semana tensa que pode decidir o futuro da presidente brasileira.
Na segunda-feira à noite, até os aliados da presidente já davam como certa a derrota e que o parecer do relator, Jovair Arantes, recomendando ao Congresso a destituição de Dilma, seria aprovado e daria continuidade ao processo, que terá o seu epílogo na Câmara dos Deputados no próximo fim de semana. Entre sexta-feira e domingo, os 513 deputados vão ter de confirmar ou chumbar a decisão aprovada ontem pelos 65 membros da comissão, e é nessa nova e decisiva votação que os aliados da presidente apostam para tentar manter Dilma no cargo. A oposição precisa de uma maioria de dois terços para fazer avançar o processo de destituição para o Senado, o que implicaria a suspensão imediata de Dilma.
No último debate na comissão, o ministro José Eduardo Cardoso, responsável pela defesa oficial de Dilma, e os partidos aliados da presidente repetiram os argumentos de que o pedido de destituição não tem bases legais e não passa de um golpe parlamentar. Já os defensores do afastamento de Dilma evocaram novamente a manipulação ilegal das contas do Estado pela presidente com o objetivo de esconder a gravíssima situação dos cofres públicos, os decretos extraordinários com que Dilma autorizou aumentos astronómicos de gastos à revelia do Congresso e aquilo que os opositores consideram a "omissão e proximidade" dela com sucessivos escândalos de corrupção. "Já ninguém acredita neste governo", sentenciou o relator da comissão.
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