'Deus dos Céus' morre a voar: Felix Baumgartner foi o primeiro homem a saltar da estratosfera
Homem que saltou da estratosfera, a 39 mil metros de altura, perdeu a vida num acidente de parapente em Porto Sant Elpidio, na província de Fermo, em Itália.
Ganhou o cognome de “Deus dos Céus” com um salto do outro mundo, a 14 de outubro de 2012. O feito foi seguido em direto por milhões de pessoas em todo o mundo. Subiu à estratosfera num balão de hélio, com o tamanho de 50 andares, e precipitou-se para o vazio de uma altura de 38 969 metros. Foram 9 minutos e 9 segundos de pura adrenalina, com 4 minutos e 19 segundos em queda livre, atingindo os 1.342,8 km/h, mais do que a velocidade do som. O início foi atribulado, andou literalmente aos trambolhões, mas conseguiu recuperar o equilíbrio, abrir o paraquedas e aterrar em segurança. “Quando se está no topo do mundo não se pensa em recordes. Tudo o que se pensa é voltar vivo”, disse.
A missão Red Bull Stratos, realizada em Roswell, no estado norte-americano do Novo México, foi o momento alto de uma vida inteiramente dedicada a desafiar todos os limites. Paraquedista, piloto de helicópteros, amante do boxe e da escalada, o austríaco que nasceu para voar, saltando de pontes, rochedos e arranha-céus, começou no skydiving (paraquedismo) aos 16 anos, participando em exibições de queda livre. Nos anos 90, alargou as suas capacidades com o ‘base jumping’ (saltos de paraquedas a partir de estruturas fixas) colecionando recordes.
Viajante do mundo, o acrobata aéreo de Salzburgo passou várias vezes por Portugal, a mais célebre em 1999. Subiu a um dos pilares da Ponte 25 de Abril disfarçado de mecânico de automóveis, profissão que exerceu na juventude, e de lá saltou para um barco que estava no rio Tejo à sua espera.
E foi a voar que Felix Baumgartner encontrou a morte, quinta-feira, em Itália, num acidente de parapente em Porto Sant Elpidio, na província de Fermo, em Itália. Sentiu-se mal – terá tido um ataque cardíaco - perdeu o controlo do aparelho e caiu na piscina de um complexo turístico. O coração parou, aos 56 anos, mas o feito estratosférico de Felix Baumgartner perdurará na memória dos tempos. "Sempre tive o desejo de voar. Subia às árvores, queria ver o Mundo de cima. (…) Às vezes é preciso subir muito alto para perceber quão pequenos somos”.
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