Dilma oferece cargos em troca de apoios
Presidente cancela ida aos EUA para liderar negociações.
A presidente Dilma Rousseff cancelou a viagem que faria esta quinta-feira aos EUA e iniciou desde já esforços para reconstruir a sua base de apoio, após a saída do governo do maior partido da coligação, o PMDB. Para isso, está a usar a política de troca de favores do seu antecessor e agora seu "ministro informal", Lula da Silva.
Dilma reuniu-se com líderes do Partido Progressista, de Paulo Maluf, do Partido da República, ligado à IURD, e do Partido Social Democrático, do ex-presidente de São Paulo, Gilberto Cassab, e ofereceu-lhes os cargos deixados vagos pelo PMDB em troca de apoio contra o processo de destituição. Dilma vê até vantagens na saída do PMDB, pois o partido que rompeu com o executivo por pressão do vice-presidente, Michel Temer, tem 69 deputados, enquanto os três maiores partidos agora ‘cortejados’, PP, PR e PSD, têm 129.
O que Dilma oferece não é pouco, pois o PMDB tinha sete ministros, e outras pessoas ligadas ao partido ocupam quase 700 cargos em ministérios, empresas públicas e órgãos do governo, agora também negociáveis. Além disso, Dilma fez publicar em edição extraordinária do ‘Diário Oficial’ um decreto que facilita o recebimento, por parlamentares, de verbas para obras e eventos nas suas regiões de origem e que até agora eram recusadas pelo executivo.
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