Do 'romance' à prisão perpétua: A história do crime macabro de Daniel Sancho
Jovem chef matou e desmembrou o cirurgião colombiano Edwin Arrieta.
Daniel Sancho foi condenado a
colombiano Edwin Arrieta, esta quinta-feira, no Tribunal Provincial de Koh Samui, na Tailândia. O espanhol foi acusado de homicídio premeditado, desmembramento e ocultação do cadáver e destruição do passaporte da vítima.
O caso remonta a agosto do ano passado, quando o que parecia ser um encontro romântico se transformou num crime macabro. Daniel Sancho, de 29 anos, e Edwin Arrieta, de 44 anos, conheceram-se nas redes sociais.
Em dezembro de 2022, o cirurgião investiu no restaurante do espanhol. Porém, no início de 2023, Daniel Sancho quis terminar a relação que teriam. Edwin Arrieta não se conformou com a situação e, nesse período, terá começado a ameaçar Sancho com a divulgação de fotos íntimas.
O desaparecimento de Arrieta
Ainda assim, os dois decidiram encontrar-se no dia 2 de agosto de 2023 para a festa da Lua Cheia, na ilha de Koh Samui. Segundo o El Confidencial, o suspeito reservou um quarto de hotel na ilha e, um dia antes do encontro, comprou uma faca, luvas de borracha, sacos plásticos, detergente e outras ferramentas. Os meios tailandeses avançaram ainda que tentou comprar um caiaque.
O cirurgião colombiano foi visto pela última vez a 2 de agosto de 2023, a andar de mota com Sancho, imagens estas que foram analisadas pela polícia.
Depois de ir à festa da Lua Cheia, no dia 3 de agosto, Sancho reportou o desaparecimento do cirurgião. Daniel desmembrou o corpo de Arrieta e dividiu-o por inúmeros sacos plásticos que espalhou por vários locais da ilha. Segundo os meios de comunicação locais, algumas partes foram encontradas por trabalhadores num aterro. O espanhol guardou ainda os recibos do material que usou no crime e alguns dos restos mortais dentro de uma mala que foi encontrada pelas autoridades quando se tornou suspeito do crime.
Duas versões do crime
vice-diretor da polícia tailandesa
, explicou à EFE que a perícia confirmou que "lutaram, Daniel deu-lhe um soco,
depois o médico [Arrieta] caiu e bateu com a cabeça". Porém, o colombiano morreu "quando [Sancho] começou a cortar-lhe o pescoço".
O julgamento aconteceu à porta fechada no Tribunal Provincial da ilha de Koh Samui entre 9 de abril e 2 de maio. Segundo o
, durante as várias sessões, a acusação apresentou dezenas de provas e testemunhas, incluindo a faca e a
guardava no quarto do hotel onde morreu o cirurgião.
Sancho mostrou-se arrependido em declarações ao tribunal: "sinto muito pelo que fiz", disse. O suspeito lamentou também o sofrimento "dos pais que tinham perdido um filho" e que não tiveram a possibilidade de "enterrá-lo adequadamente".
Na Tailândia, a pena por homicídio pode variar entre os 15 e os 20 anos de prisão, prisão perpétua ou pena de morte. Neste caso, o procurador defendeu o homicídio premeditado, algo que no julgamento foi difícil de provar e salvou Sancho da pena de morte.
Como a sentença ultrapassa os 25 anos, Jeerawat Sawatdichai, o promotor do caso, explicou ao
, que o detido será transferido para a prisão de Nakhon Si Thammarat, um estabelecimento prisional que conta com mais de 4200 presidiários.
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