Dois mortos em atentados curdos em Alepo, norte da Síria
Foram usados drones explosivos por forças governamentais nos bairros predominantemente curdos de Sheikh Maqsoud e Ashrafieh.
Pelo menos um membro das forças de segurança interna e um civil morreram na noite de esta segunda-feira em atentados atribuídos às forças curdas em Alepo, no norte da Síria, revelou a televisão estatal.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH) informou sobre a utilização de drones explosivos por forças governamentais nos bairros predominantemente curdos de Sheikh Maqsoud e Ashrafieh.
Desde a deposição de Bashar al-Assad, em dezembro de 2024, Alepo tem sido administrada pelas autoridades islamitas.
Sheikh Maqsoud e Ashrafieh continuam sob o controlo de unidades curdas locais ligadas às Forças Democráticas Sírias (FDS) e às suas forças de segurança interna, a Asayesh.
De acordo com a estação de televisão al-Akhbariya, que citou um responsável de segurança, "um membro das forças de segurança interna foi morto e outros três ficaram feridos num ataque das FDS a postos de controlo de segurança no bairro de Sheikh Maqsoud, em Alepo".
A mesma fonte informou que um civil também foi morto num bombardeamento curdo.
O canal informou ainda que "dezenas de famílias" fugiram de Ashrafieh e Sheikh Maqsoud "devido ao bombardeamento das FDS na área com metralhadoras pesadas e morteiros".
De acordo com o OSDH, uma organização não-governamental (ONG) sedeada no Reino Unido mas com uma vasta rede de fontes na Síria, as comunicações foram cortadas nestas áreas, agora cercadas por reforços do Exército sírio.
A agência de notícias oficial SANA acrescentou que vários civis feridos foram hospitalizados em Alepo depois de "morteiros e disparos de metralhadoras pesadas das FDS terem atingido bairros residenciais".
O governador de Alepo, Azzam al-Gharib, pediu na rede social Facebook aos residentes que "fiquem em casa esta noite e se afastem o mais possível dos confrontos", acrescentando que estava a trabalhar "com as partes envolvidas para acalmar e pôr fim aos conflitos".
As FDS, o braço armado da administração curda que controla zonas do norte e nordeste da Síria, negou qualquer ataque às forças de segurança governamentais, acusando as fações pró-Damasco de imporem um cerco "sufocante" aos bairros curdos e de tentarem avançar "com tanques".
Alegaram que os residentes pegaram em armas "juntamente com as forças de segurança interna" (Assayich, forças de segurança curdas) para se defenderem.
As novas autoridades e as FDS chegaram a acordo em março para integrar as instituições civis e militares da administração autónoma curda nas instituições nacionais.
No entanto, divergências significativas entre as duas partes atrasaram a implementação deste acordo.
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