Promessas de Teerão "foram uma mentira", diz Trump
Presidente dos EUA garante que o as "ambições sangrentas do Irão aumentaram".
O Presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou esta terça-feira a rejeição norte-americana do acordo nuclear com o Irão.
Em conferência de imprensa, o Presidente norte-americano falou em "acordo desastroso", que "nunca deveria ter sido assinado" pois, sabe-se agora, as "promessas" de Teerão "foram uma mentira".
Para Trump, "o legado de terror do Irão é mais perigoso que armas nucleares", mas o país, apesar das sanções, "continua a construir armamento" e tem agora "mais fundos para financiar terroristas".
"Não podemos prevenir uma bomba nuclear do Irão. O acordo foi unilateral e não trouxe calma nem paz, nem nunca trará", adiantou Trump.
Trump rasga, assim, o compromisso internacional assinado em julho de 2015, após mais de dois anos e meio de negociações.
Tal decisão não é surpreendente, uma vez que Trump nunca foi fã do acordo assinado por Barack Obama: durante a campanha eleitoral, chegou a chamar ao acordo "insano" e "um desastre".
Pelo caminho, deixa ainda um aviso a outras nações: "Os EUA já não fazem ameaças vazias. Quando faço promessas, eu cumpro-as", ressalva, garantindo que o país vai "colocar as mais altas sanções económicas" a Teerão.
Deixando uma mensagem ao povo iraniano, Trump assegura que os norte-americanos estão do seu lado. "Eles merecem uma nação que honre a sua história". Para tal, o Presidente dos EUA diz que está "pronto" a negociar "um novo acordo", assim que "os líderes" iranianos estejam preparados para tal.
"Grandes coisas podem acontecer ao Irão", remata.
Irão promete reagir
Segundo avança a agência Reuters, um grupo de decisores iraniano já garantiu que o parlamento daquele país vai obrigar o Governo a reagir "ferozmente" ao afastamento dos EUA do acordo nuclear, falando em "demandas ilegítimas". "A América não se pode impôr assim sobre o Irão e ignorar os direitos do país", é dito, numa carta enviada ao líder supremo Ayatollah Ali Khamenei.
Mais tarde, também o presidente do Irão, Hassan Rouhani, discursou sobre o assunto, garantindo que já desconfiava de tal cenário e que estava à espera que "Trump não respeitasse o acordo feito com o seu antecessor".
Mesmo assim, o país "não está preocupado com eventuais sanções económicas" e vai "continuar de pé contra todas as crises".
"Para já, o Irão continuará a respeitar o acordo celebrado em 2015, pois é um acordo que se mantém de pé com cinco importantes países", assegura Rouhani. No entanto, e "se for preciso", o país "vai voltar a enriquecer urânio".
"Se as negociações dos próximos meses não forem de encontro aos nossos interesses, o regime irá tomar medidas", ressalva, dizendo que "o Irão vai continuar a olhar para o futuro" e a tentar resolver os problemas do povo iraniano.
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